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Atividade Paranormal

(textos originalmente publicados em Reg Thorpe - Fornit Some Fornus)

O terror definitivo

Sempre achei que um bom filme de terror é aquele que causa medo. Simples assim. Quanto mais pavor provocou, mais o filme "mostrou a que veio". Afinal não é essa a idéia por trás da produção de um filme do gênero?
Atividade Paranormal (2007) é o filme que mais me deu (desculpem) cagaço em toda a minha vida. A opinião das pessoas a respeito dessa produção geralmente é extrema. Ou amam, ou odeiam.
A forma em que Atividade Paranormal foi feito não foi original. Antes dele, A Bruxa de Blair (1999) causou bastante alvoroço quando foi lançado nos cinemas no final da década retrasada. Quando me refiro à forma em que foi feito, estou falando sobre a aparência caseira da produção, para ressaltar a idéia de realismo. Também gosto bastante de A Bruxa de Blair e, possivelmente ainda farei um post sobre ele.
Um dos charmes de Atividade Paranormal é a simplicidade. Todos nós (qual é, admita!), em algum momento da vida, já tivemos medo de alguns cômodos escuros de casa. Barulhos sem motivo no meio da noite. Passos. Portas rangendo. Essas coisas que, na maioria das vezes, provam que a fonte do medo está na nossa própria mente. 

Os protagonistas são um casal de jovens que se mudou há pouco para uma nova casa. Pouco a pouco, a garota Katie (Katie Featherston) passa a notar acontecimentos estranhos no local. O namoradinho da garota, o cético-babaca-insuportável Micah (Micah Sloat) resolve comprar uma câmera e instalá-la no quarto do casal enquanto dormem. O ponto de partida do filme se dá aí.
É preciso recordar que o filme que vemos é uma edição de todas as gravações encontradas na casa após os eventos ocorridos na vigésima primeira noite de filmagem, em 08 de outubro de 2006. 
O filme começa em 18 de setembro, a partir do momento em que Micah mostra a Katie a câmera nova. Ainda nos primeiros minutos, descobrimos o motivo da aquisição: Micah quer descobrir se os fenômenos estranhos relatados pela namorada podem ser provados.

Na primeira noite, Micah se certifica de que todas as portas e janelas estão trancadas, para assegurar que não haja nenhuma interferência externa. Ambos se deitam. Pouco depois das duas da madrugada, enquanto o casal dorme, o equipamento de video registra o som de passos no andar de baixo. Não como se alguém estivesse caminhando, mas sim o som de algo correndo. Em seguida, o som de alguma coisa que parece um molho de chaves caindo no chão. A câmera e o equipamento de som não registram nada pelo resto da noite.
Pela manhã, ao descer para preparar  café, Katie encontra suas chaves caídas no chão da cozinha. O fato parece passar despercebido por Micah.

Naquele mesmo dia, o casal recebe a visita de um psíquico, a contragosto de Micah. O especialista em fenômenos paranormais Dr. Fredrichs diz a Katie que é possível que tudo o que está ocorrendo se trate de coisas comuns em casas: canos que fazem ruídos, tábuas que rangem. A garota conta que fenômenos estranhos ocorrem desde que tinha oito anos. Constantemente, acordava sentindo a respiração de alguém ao lado de sua cama. Quando acordava, via uma figura sombria parada no escuro. Sua irmã mais nova, Kristi, também enxergava o vulto. Pouco depois, houve um incêndio que destruiu a casa e Katie só voltaria a ser assombrada cinco anos mais tarde, aos treze.
Ainda durante a conversa com o Dr. Fredrichs, Katie conta novos detalhes dos fenômenos mais recentes. Torneiras que são encontradas abertas, sons de arranhões pelas paredes... e, às vezes, enquanto dorme, ouve algo sussurrar seu nome em seu ouvido. Micah mantém uma opinião cética durante a conversa.
O psiquico diz que talvez não possa ajudar, pois sua especialidade é lidar com espíritos, ou seja, pessoas mortas. O que parece estar assombrando Katie seria um demônio, uma entidade ligada a algo não-humano. Mesmo assim, o doutor passa-lhes o telefone de um amigo seu, especialista no assunto. Micah ainda sugere o uso de um tabuleiro ouija para tentar se comunicar com o demônio, mas Fredrichs diz que não seria uma boa idéia, pois poderia soar como um convite à entidade para entrar na vida deles.
Ne terceira noite, pouco depois das duas da manhã, a câmera filma a porta do quarto se mover. Primeiro se abre um pouco e segundos depois volta a posição original. Dessa vez, no dia seguinte Micah mostra as imagens a Katie. À noite, Micah vasculha os cantos da porta e parece desafiar: "Isso é tudo que você pode fazer? Mover portas?"
Na quinta noite, depois de Katie acordar de um pesadelo, ambos se assustam com o som de uma pancada vindo do andar de baixo. O casal desce para dar uma olhada e não encontra nada de anormal. Ao voltar para a cama, Micah provoca novamente: "Isso é tudo o que você faz?". No dia seguinte, ao analisar o material gravado na madrugada, Micah ouve o som de uma voz segundos antes de Katie acordar do pesadelo. Ele ainda insiste na compra do tabuleito ouija, mas Katie não o deixa fazer isso. Certa noite, antes de se deitar, Micah "diz" a entidade presente ali: "Mostre o que sabe". E, quando Katie o repreende, ainda responde: "Seu demônio é inútil".
Em uma das noites seguintes, acontece o primeiro grande susto no expectador. Katie acorda por volta das três da manhã e Micah acorda em seguida. A garota diz ter ouvido algo no andar de baixo e ambos ficam em silêncio, na cama, tentando ouvir alguma coisa. Sem que ninguém espere, um grito vem da sala, seguido de uma pancada. Entenda bem, não foi exatamente um grito, mas uma coisa animalesca. Assustadora mesmo. Katie começa a chorar, assustada, histérica. Micah desce as escadas seguido pela garota e o casal encontra o lustre da sala balançando de um lado para o outro.
No dia seguinte, sem Katie saber, Micah percorre a casa com um microfone, fazendo algumas perguntas e tentando gravar possíveis respostas. Ao analisar a gravação, descobre que o equipamento de áudio revelou algo, talvez uma voz respondendo as suas perguntas.
Na décima quinta noite, as imagens mostram Katie se levantando depois da uma da manhã. Fica algumas horas em pé, ao lado da cama, olhando Micah dormir, como se estivesse hipnotizada. Depois, desce as escadas. A seguir, vemos Micah acordado com a câmera na mão, procurando por Katie pela casa. Encontra-a na varanda da casa, sentada e um pouco letárgica. Enquanto está com a garota, ouve uma pancada vinda do quarto, no andar de cima. Ao chegar lá, encontra a TV ligada. No dia seguinte, Katie afirma não se lembrar do ocorrido na noite anterior.
Dias depois, Micah finalmente aparece com o tabuleiro ouija para tentar entrar em contato com a entidade. Isso causa uma discussão entre o casal, que sai de casa deixando a câmera ligada na direção do tabuleiro, em cima da mesa da sala. Momentos depois, o ponteiro começa a se mover sozinho e, em seguida, pega fogo. Ao retornar, Micah encontra o tabuleiro com diversas marcas e, depois de ver as imagens, tenta decifrar a suposta mensagem.
Micah tenta um novo truque em 04 de outubro, décima sétima noite. Antes de dormir, espalha talco no corredor que leva ao quarto e nos degraus da escada. Katie diz que, se aquilo não funcionar, irá ligar para o demonologista no dia seguinte. Pouco depois das três da manhã, Micah acorda com sons de passos dentro do quarto. Ao acender a luz, o casal encontra diversas marcas de pegadas perto da porta. Pegadas de pés com três dedos. Pegadas que entram no quarto, mas não saem dele.
Ao sair do quarto para investigar o corredor, Katie descobre a pequena porta do sótão aberta. Micah sobe para tentar encontrar alguma coisa e se depara com uma foto de Katie quando criança, toda queimada. Katie afirma, chocada, não ver aquela foto há mais de quinze anos.
Micah resolve não resistir mais às tentativas de Katie de ligar para o colega do Dr. Fredrich. Infelizmente, o demonologista não é encontrado e Katie pede novamente ajuda a Fredrich, que só pode ir no dia seguinte. E, na décima oitava noite, as coisas ficam piores...
Micah acorda de madrugada e, ao caminhar pelo quarto, a porta bate violentamente, acordando Katie. O casal entra em pânico quando ouvem batidas do lado de fora da porta. Ao sair, a porta fecha novamente deixando os dois presos no corredor. Aquela é a pior noite até então.
Até então.
A garota passa a noite no sofá a sala.
Na tarde do dia seguinte, enquanto almoçam, ouvem uma pancada no andar de cima. Katie encontra a foto do casal pendurada na parede com o vidro quebrado e a imagem do rosto de Micah com marcas de arranhões. Katie sente algo respirar perto dela e corre para o andar de baixo. Horas mais tarde, o Dr. Fredrich chega e logo sente o ambiente sufocante. Afirma que sua presença só está tornando as coisas piores e que, seja lá o que esteja naquela casa, está ficando irritado com a sua presença. Vai embora minutos depois.
A noite seguinte, décima nona, também é bem agitada. Enquanto o casal dorme, o lençol da cama é movido, uma luz se acende no corredor e uma sombra é captada na porta do quarto. Katie acorda no meio da noite e diz ter sentido a respiração da coisa sobre ela. De manhã, sente que está sendo observada.
Micah começa a pesquisar na internet casos parecidos com o de Katie. Encontra um site dedicado a um caso de uma garota nos anos sessenta que teria apresentado os mesmos "sintomas" de Katie. Diane, a garota em questão, teria piorado quando seus pais procuraram ajuda externa. Os rituais de exorcismos teriam deixado o demônio que assombrava a garota ainda mais furioso. O casal decide tentar deixar a coisa sumir por conta própria a arriscar piorar ainda mais a situação.

A situação mais assustadora antes do trágico desfecho do caso de Katie e Micah ocorreu na madrugada de 07 de outubro de 2006, vigésima noite desde que Micah Sloat passou a documentar em video todos os acontecimentos estranhos que aconteciam ali. Segundos depois de algo parecido com uma sombra passar pela porta do quarto, Katie Featherston é arrastada, aos gritos,  por uma força invisível corredor afora. Pouco depois, Micah consegue livrar a garota e trazê-la de volta para o quarto.

Na manhã seguinte, Katie parece letárgica, quase catatônica.  Deitada no sofá, mostra (a pedido de Micah) para a câmera, uma marca de mordida recente nas costas. "A coisa te mordeu", diz Micah. Assustados, ambos decidem passar a próxima noite em um hotel. Pouco depois, Micah encontra Katie sentada no chão, meio sonolenta e com um crucifixo na mão, que sangra. Micah põe fogo na cruz, na lareira da sala..
Depois de arrumar as malas, Micah encontra Katie deitada na cama. A garota diz que não quer ir mais para o hotel, que acha melhor ficar ali. Micah, irritado, sai do quarto e Katie faz um monólogo de uma frase que gela a espinha.
"Tudo vai ficar bem agora."
Há algo de estranho na voz da garota. Uma voz por trás da de Katie. Não é todo mundo que percebe vendo a cena pela primeira vez. Eu mesmo tive que voltar a cena pra me certificar de que tinha ouvido direito.
08 de outubro de 2006, vigésima primeira noite. Na madrugada, Katie se levanta e fica um tempo em pé, ao lado da cama, observando Micah dormir. O lençol é retirado de cima do corpo do rapaz, embora Katie sequer encoste nele. Lentamente, a garota desce as escadas. Momentos depois, a garota grita histericamente e Micah se levanta assustado e sai do quarto correndo, procurando por ela. É a última vez que o vemos com vida.
O corpo de Micah foi encontrado pela polícia em 11 de outubro de 2006.
O paradeiro de Katie continua desconhecido.
Apesar de ter sido filmado em 2006, o filme Atividade Paranormal só ficou conhecido mundialmente em 2009. Produção independente de baixo orçamento (por volta de 15 mil dólares), foi filmado em apenas dez dias, na casa do próprio diretor do filme, Oren Peli. No início, era passado apenas em pequenos festivais, mas logo despertou a curiosidade das grandes produtoras. Nas primeiras semanas, era exibido apenas em algumas salas. Depois, se uma cidade queria ter esse filme em cartaz, deveria "solicitar" à Paramount para que isso acontecesse. Pura jogada de marketing, óbvio.
Aliás, há uma curiosidade envolvendo esse filme quando estreou em Suzano, uma cidade próxima aqui de Itaquá. Em 2009, um dos filmes da série Crepúsculo iria estrear no shopping da cidade. Muita gente foi ver, entre eles uma neta da minha ex-chefe. Acho que a garota devia ter uns dez, onze ou doze anos, no máximo. O problema é que o filme não chegou no dia certo e os responsáveis pelo cinema tiveram a idéia genial de tapar o buraco com o filme Atividade Paranormal. Imagina só, um cinema recheado de pré-adolescentes sedentos de ver os vampiros meio gays de Crepúsculo e se deparando com o demônio puto da vida de Atividade Paranormal. Só podia dar m%rd@, né? Pra piorar, na época o filme ainda não era tão conhecido e muita gente saiu do cinema achando que tudo aquilo era uma coisa real.
Quanto ao filme, eu reafirmo que é o meu terror favorito, de longe. Afinal de contas, Atividade Paranormal foi um filme que me seguiu até depois que terminei de assistir. Deitei na cama e fiquei prestando atenção nos barulhos que a casa fazia. PQP! Quando vi A Bruxa de Blair, no meu último ano de escola, tinha sentido a mesma coisa, mas a diferença é que Atividade Paranormal se passa dentro de casa, no quarto, ou seja, onde estamos em boa parte do tempo. Já A Bruxa de Blair se passa em uma floresta.
Mesmo eu adorando esse filme, ele também tem certas coisas que eu não engoli. O negócio do tabuleiro ouija, por exemplo. Como eu não acredito na maioria dessas coisas de símbolos (Cruz, Estrela-De-Davi, coisas do tipo) e, principalmente porque eu acho que se demônios existissem eles não iriam usar o nosso alfabeto, achei a presença do tabuleiro no filme um tanto desnecessária. Além do mais, seria legal se o demônio do filme fosse ainda mais "algo desconhecido", não uma entidade que precisaria daquilo para se comunicar.
Micah também é um caso à parte. Não o ator, que faz um bom trabalho, mas o personagem. O cara é tão chato/mala que até perde um pouco da verossimilhança.
Na verdade, diferente do final visto nos cinemas e no DVD, há um final "original" de Oren Peli. A versão que chegou aos cinemas foi sugestão de Steven Spielberg, para dar gancho para uma sequência. Na versão de Peli, o filme terminaria da seguinte maneira: depois de Micah ouvir os gritos de Katie no andar de baixo e descer para socorrê-la, haveria alguns momentos de silêncio. Depois, a garota subiria as escadas toda suja de sangue e com uma faca na mão e se sentaria na cama durante vários dias, ignorando o telefone e a campainha. Eventulmente, uma amiga de Katie entraria na casa e descobriria o corpo de Micah no andar de baixo. Minutos depois, a polícia iria entrar na casa e, enquanto vasculhavam o térreo, o demônio sairia do corpo da garota. Quando os policiais entrassem no quarto do casal com as armas em punho, Katie "acordaria" gritando "Micah! Micah!" Onde está Micah?". A porta do quarto iria bater de repende fazendo com que os policiais atirassem acidentalmente em Katie. Os últimos sessenta segundos do filme mostrariam os policiais confusos, se perguntando de onde veio aquele barulho e, por fim, declarando a casa "limpa".A tela ficaria preta e um texto apareceria dedicando o filme a Katie e Micah.
No DVD, é possível encontrar ainda um final alternativo, no qual Katie mata Micah e depois se suicida na frente da câmera, cortando a própria garganta. Pessoalmente, eu achei meio forçado demais, fácil demais. Quase infantil. Não teria funcionado.
É interessante saber que, apesar de se tratar de uma obra de ficção, o diretor Oren Peli teve a idéia para o filme baseado em uma experiência pessoal. Quando estava dormindo em certa ocasião, tarde da noite uma caixa de detergente caiu no chão. A caixa estaria longe demais da beirada para ter caído daquela maneira.
Atividade Paranormal é um filme que reafirma que nem sempre são necessários efeitos especiais mirabolantes ou maquiagens super elaboradas para se fazer um bom filme de terror. Às vezes, o medo está dentro de nós.


Embora a maioria das pessoas pensasse que o segundo filme continuaria de onde começou o primeiro, não é isso que acontece. É um típico caso da saga de Guerra nas Estrelas ou da quadrilogia de O Silêncio dos Inocentes. A história de Atividade Paranormal 2 começa, na verdade, cerca de um ano e dois meses antes do final do primeiro filme.
Atividade Paranormal 2 explica algumas coisas do primeiro longa. Não é exatamente o caso de "amarrar as pontas soltas", pois o filme original não havia deixado muita coisa a ser explicada. De qualquer forma, ao final do segundo filme compreendemos o motivo se Katie ser perseguida por aquele espírito demoníaco, assim como também é explicada aquela foto dela toda queimada encontrada no sótão da residência do casal.

Logo de cara somos apresentados a uma família que acabou de ganhar mais um membro, o bebê Hunter. Na casa moram Daniel e sua esposa Kristi, a filha de Daniel e enteada de Kristi, Ali, a empregada de meia-idade de origem espanhola Martine, uma fêmea de pastor-alemão chamada Abby, além é claro do bebê recém nascido. O começo também revela que Kristi, na verdade é a irmã de Katie, a garota assombrada por um demônio no filme original. Toda a primeira parte do filme é mostrada no mesmo estilo do primeiro longa, através de filmagens caseiras feitas com a câmera de video da família.
Para quem viu o trailer, a revelação de que Kristi e Katie são irmãs surpreende. O próprio Micah, marido de Katie no primeiro filme, faz algumas aparições nos videos da família, quando o casal vai visitá-los ocasionalmente.

A história salta cerca de um ano para o momento em que a família volta de um passeio e encontra os móveis da casa revirados. Na pressa para documentar tudo, Daniel acaba gravando por cima das imagens dessa primeira fita, que mostra inclusive o dia em que o bebê chegou à casa. Logo depois, Daniel manda instalar câmeras de segurança em vários pontos estratégicos da residência, para o caso de uma nova invasão domiciliar.
Essa também é uma grande diferença para o primeiro filme. Enquanto no original as imagens são produzidas  apenas pela câmera de Micah, nessa sequência as imagens alternam entre a câmera "de mão" e as várias câmeras do circuito interno espalhadas pela casa. Dá uma visão geral do que acontece em todos os cômodos ao mesmo tempo.
Pouco a pouco, começa a haver estranhos acontecimentos na casa, mas nada que não possa ter alguma explicação plausível (o vento movendo algumas portas, etc). Mesmo assim, a empregada da família sente que há algo mal naquela casa. Em determinado momento,  Ali surpreende a empregada fazendo algumas orações na cozinha. Questionada pela garota sobre isso, Martine responde que aquilo é para afastar os maus espíritos da casa e manter os bons espíritos por perto.

O casal sai uma noite e deixa a empregada cuidando do bebê. Ao ouvir um barulho no andar de baixo, a mulher pega a criança no colo, acende um incenso e percorre cômodo a cômodo da casa, sempre rezando. No momento em que chega à porta de entrada, o casal chega e Daniel fica furioso ao ver a mulher fazendo aquilo. Em seguida, provavelmente no dia seguinte, a empregada é despedida. Daniel diz para a mulher que não acredita nequele tipo de coisa.
Algumas outras coisas estranhas começam a acontecer. Sons vindos do quarto do bebê. Objetos que caem na cozinha no meio da noite. Kristi começa a acreditar que há alguma coisa sobrenatural na casa. Daniel diz pra ela que é tudo coisa da imaginação da mulher. Comenta com a filha que talvez seja depressão pós-parto. Ali parece ficar empolgada com a idéia de que talvez haja algum espírito rondando a casa. Chega a sugerir ao pai que talvez pudesse ser o espírito da mãe, primeira esposa de Daniel.
Em uma visita de Katie e Micah à família, Daniel brinca com os novos medos de Kristi. Ao mesmo tempo, Micah conta a Daniel que as duas irmãs tiveram experiências paranormais na infância. Katie fica claramente incomodada com o assunto e não dá mais detalhes.
Tentando distrair um pouco a cabeça da esposa, Daniel a convida a passar uma noite fora. Embora um pouco a contragosto, Kristi concorda em deixar Ali tomando conta do bebê.
Naquela noite, enquanto o bebê está no berço, Ali e o namorado (o moleque mais feio que já vi em toda a minha vida!) brincam com um tabuleiro ouija, para tentar entrar em contato com a assombração da casa (assim como Micah fez no primeiro filme). Depois de algumas piadinhas do garoto, o indicador do tabuleiro supostamente teria indicado as letras H-U-N-T, mas a possível conexão com o nome do bebê é ignorado por Ali.
Depois que Brad, o namorado de Ali, vai embora, a garota dorme no sofá, quando as câmeras do circuito interno de TV captam uma sombra que começa a cobrir o corpo da garota. Ali acorda assustada. Assim que se levanta, ouve uma batida na porta da frente. Ao sair para investigar, a porta bate sozinha, deixando a menina presa do lado de fora da casa.
Enquanto a garota tenta entrar em casa, as câmeras captam o bebê Hunter sendo arrastado pra fora do berço e depois perambular pela casa. Quando Daniel e Kristi chegam,  Hunter está chorando no berço e Ali ainda está no jardim. A garota é repreendida pelo pai por ter aberto a porta sem saber quem poderia estar do lado de fora. Ali afirma ter ouvido alguém chamar seu nome enquanto dormia no sofá e passa a acreditar nos relatos de Kristi de que talvez algo realmente esteja assombrando a casa. No dia seguinte, Ali mostra o video da porta batendo sozinha a Daniel, mas o pai da garota afirma ter sido o vento. Aparentemente nenhum deles viu o video em que Hunter é arrastado pra fora do berço.
A partir daí, a garota começa a pesquisar na internet sobre esse tipo de coisa. Um dia, junto com o namorado, encontra algo em um site que é no mínimo curioso: se uma pessoa faz um pacto com um (ou seria "o"?) demônio em troca de riqueza e poder, quando o primeiro descendente homem dessa pessoa nascer, a tal entidade vai reclamar a criança para si, como pagamento. Ali cogita a possibilidade de a bisavó de sua madrasta ter feito algo do tipo. Depois descobre que Hunter é o primeiro filho homem do lado de Kristi da família, desde a época da bisavó da mulher.
Sem Daniel saber, Kristi comenta sobre suas suspeitas a Katie. (quem viu o primeiro filme, sabe que as duas têm um histórico de ver assombrações desde criança). Katie tenta convencer Kristi a ignorar o que quer que esteja assombrando a casa. Afirma que a coisa talvez se alimente de medo e queira chamar a atenção.  Kristi diz que vai tentar. Pouco tempo depois, em plena luz do dia, acontece o primeiro acontecimento realmente estranho e assustador, mas apenas Kristi está presente. Mais tarde, ao chegar de um passeio com Abby (a fêmea de pastor-alemão), Ali percebe o nervosismo da madrasta. Kristi conta a Ali sobre a conversa que teve com a irmã e sobre tentar ignorar aquilo tudo.
Na noite seguinte, todos estão dormindo normalmente quando, por volta das três da manhã, alguma coisa chama a atenção do cachorro. Ele late algumas vezes e desce as escadas. As câmeras mostram o cão ser arrastado para um ponto cego (onde as câmeras não conseguem filmar) e ser atacado por alguma coisa. Só é possivel ouvir os gritos de dor do cachorro.
Assustada, a família desce para ver o que está acontecendo e encontra o animal desmaiado. Imediatamente, Daniel e Ali levam a cadela para o veterinário no meio da noite. Kristi fica sentada na escada, ligando para Daniel a cada cinco minutos para saber como estão as coisas.
Começa aí um dos pontos altos do filme.

Pouco depois das quatro da manhã, Kristi ouve o bebê chorar no andar de cima. Ao entrar no quarto, alguma coisa a segura pelos pés e a arrasta violentamente para o corredor. (esta cena é praticamente igual à do primeiro filme, mas muito mais violenta). Quando está sendo arrastada escada abaixo, ao gritar "me largue, me largue!", Kristi consegue se levantar e corre de volta para o quarto do bebê... apenas para ser pega de novo e ser arrastada ainda com mais violência para o andar de baixo. Ainda aos gritos, é levada através da sala e finalmente ao porão. A porta bate e Kristi fica presa lá embaixo. Algum tempo depois, a porta se abre e a mulher, em transe (como Katie no primeiro filme), sobe as escadas para seu quarto.
Na manhã seguinte, Daniel se levanta para ir trabalhar mas não consegue fazer com que Kristi saia da cama. Então, deixa Hunter aos cuidados de Ali e diz que logo estará em casa. Ali pede para levar o bebê até a casa de Brad, seu namorado, mas o pai se recusa a deixá-la ir.
Mais tarde, Ali sobe até o quarto de Hunter com a câmera ligada. Pela fresta da porta, vê Kristi deitada perto do berço do bebê. Kristi tem uma marca de mordida na perna esquerda (a mesmíssima marca que Katie "ganha" no primeiro filme, depois de ser arrastada pelo corredor).
A cena seguinte já mostra Ali chorando, ligando para o pai, pedindo que ele volte pra casa o mais rápido possível, pois "tem alguma coisa de errado com a Kristi". Antes que Daniel volte, Ali vê as imagens de Kristi sendo arrastada escada abaixo. Quando seu pai chega, ela o convence a ver aquelas imagens antes de ver como a mulher está.
Finalmente convencido de que há alguma coisa sobrenatural na casa, Daniel pede ajuda a Martine, a empregada demitida no começo do filme. As câmeras de segurança captam Daniel auxiliando Martine a preparar algum tipo de ritual. Na imagem seguinte, vemos Ali e Daniel discutindo sobre fazer ou não aquilo. Daniel argumenta: "Martine disse que deve ser algum parente de sangue!", enquanto Ali diz, "Mas ela é irmã da Kristi!". Daniel afirma que vai fazer aquilo, quer Ali queira ou não.
A partir daí, começa o segundo momento de tensão do filme. Quem viu o primeiro Atividade Paranormal, sabe que Kristi está possuída e, principalmente, do que ela é capaz. Ao tentar colocar o crucifixo na mão da esposa, Daniel é atacado por ela, ao mesmo tempo que TODAS as luzes da casa se apagam, exceto a lâmpada da câmera que está na mão de Ali.
Daniel procura pelo bebê e por Kristi. Ambos desapareceram. Daniel ouve um barulho no porão e é pra lá que ele vai. Kristi está lá.

Por fim, depois de alguma confusão, Daniel aparece deitando Kristi na cama. Em seguida, põe fogo em uma foto de Katie quando criança (aí sim entendemos a finalidade do tal ritual).
As coisas voltam ao normal.
Por um tempo.
Três semanas depois de viver aquele inferno, a família recebe a visita de Katie. Ela conta para Kristi que estão acontecendo algumas coisas estranhas em casa e Micah não acredita nela. Kristi dá a ela o mesmo conselho que Katie havia lhe dado algumas semanas antes: "tente ignorar isso, não deve ser nada".
Cronologicamente, começa aí o período do primeiro filme, que termina com a morte de Micah e o desaparecimento de Katie, em 08 de outubro de 2006.
Agora, estamos em 09 de outubro de 2006, de volta à casa da família de Daniel.


Kristi está no quarto do bebê, tentando fazê-lo dormir. Ali está fora, em um passeio de escola e Daniel está deitado no sofá de casa, vendo televisão.
A imagem seguinte mostra Katie quebrando o pescoço de Daniel. Lentamente ela se vira e começa a subir as escadas...
... Kris está com Hunter no colo e ouve algo subindo para o andar de cima...

...Katie entra no quarto, atira Kristi contra a câmera (onde já vimos isso antes?) e pega Hunter no colo. Devagar, sai do quarto carregando o bebê.
Assim como no primeiro filme, vemos um texto do tipo "que fim levou?".

Ali voltou para casa em 12 de outubro de 2006 e encontrou os corpos dos pais.
Katie e Hunter continuam desaparecidos.

Em outubro de 2011, vai estrear nos Estados Unidos um talvez desnecessário Atividade Paranormal 3. Se, no mundo do cinema, as coisas funcionassem pela lógica e não pela grana, sequer teríamos tido o segundo filme e Atividade Paranormal se tornaria cult e um clássico do terror em pouco tempo.
Mas...
Pelo fato de os produtores terem mudado o final do primeiro filme na versão do cinema, era mais do que óbvio que existiria uma continuação.
Mesmo faltando apelo comercial, ainda acho que talvez fosse possível fazer o segundo filme sem ter que "explicar" o primeiro. Talvez os produtores tenham optado por essa fórmula por ser mais fácil. Ou talvez não.
Atividade Paranormal 2 não adiciona muita coisa ao primeiro. Em alguns aspectos até meio que estraga um pouquinho as coisas, pois eu não acho que aquele ritualzinho mequetrefe no final (azeite de oliva????) pudesse espantar um demônio daqueles. Além do mais, porque logo a empregada é quem saberia como espantar o bicho pra longe?
Algumas outras perguntas pertinentes:

1 - Se o tal capeta queria o bebê, porque ele entrou em Kristi?
2 - Melhor ainda, se o tal capeta queria o bebê, como é que conseguiram mandá-lo para assombrar Katie? Tudo bem, depois que ele se apossou do corpo da garota, ele/ela foi realmente atrás de Hunter, mas mesmo assim...
3 - (essa vale para o primeiro filme também) Se o tal diabo assombrava a pessoa Kristi (assim como fazia com Katie no primeiro), porque ele ficava na casa quando todos saiam? Ele não deveria segui-la para qualquer lugar? E, já que ele só ficava por ali, porque as pessoas não iam pra fora de casa quando o bicho começava a pegar?
4 - Não acredito muito em simbologias. Por isso, tanto no primeiro quanto no segundo filme, não engoli direito aquela história do tabuleiro ouija. Por esse mesmo motivo, não fui muito com a cara desse negócio do demônio só aterrorizar a família por causa do bebê. Ele deveria aterrorizar a família de qualquer jeito, sem motivo, afinal, ele é um demônio. Isso contradiz um pouco o primeiro filme, no qual Katie afirma que ela e a irmã são atormentadas por visões de sombras no quarto desde pequenas;
5 - Uma das coisas que também não haviam convencido no primeiro filme era aquela foto queimada de Katie quando criança, que o casal havia encontrado no sótão de casa. O segundo filme explica o motivo disso, mas também não convence muito.

Na minha visão, o maior erro do segundo filme foi justamente explicar demais. Um dos charmes do original era exatemente o fato de que o casal de protagonistas não sabiam com o que estavam lidando. OK, eles achavam que se tratava de um demônio devido às opiniões do psíquico que lhes fez uma visita, mas mesmo essa visão poderia ser contestada se fosse o caso. Às vezes, as coisas que desconhecemos são as mais assustadoras.

Como disse antes, Atividade Paranormal 2 não acrescenta muita coisa ao original. Explica algumas coisas que não precisavam ser explicadas. Mesmo assim, os momentos de pânico são tão intensos quanto os do primeiro. Assusta bastante, é verdade, mas a história deixou um pouco a desejar.



A minha expectativa antes de ver  Atividade Paranormal 3 não era muito melhor do que a que tive antes de ver o segundo filme, em 2010. Apesar da curiosidade, sabia que dificilmente qualquer sequência poderia ser tão boa quanto o longa original.

O charme do primeiro Atividade Paranormal era justamente algo que o segundo e o terceiro filmes tiraram: o fato de que a entidade que assombrava a casa de Katie e Micah fosse algo desconhecido, livre de qualquer simbologia ou crença religiosa conhecida. E sobre a questão de Oren Peli, o diretor do filme, ter alterado o final para algo que dava gancho para uma continuação, já dava para ter uma idéia de que era apenas questão de tempo até ser lançada a sequência.

Atividade Paranormal 2 foi lançado em 2010 e foi, de certa forma, diferente do que se esperava. A história se passa antes dos eventos mostrados no primeiro e o roteiro meio que começa a explicar os fenômentos ocorridos no longa original. No que diz respeito aos sustos e momentos de tensão, o segundo até supera o primeiro em algumas cenas, mas no que diz respeito à história em si, acho que começa a cair em um lugar comum nos demais filmes do gênero: envolve pactos com demônios e, no final, mostra que mesmo aquela entidade tão poderosa pode ser enganada (pô, azeite de oliva não, né?!).


A primeira coisa a ser dita a quem ainda não viu  terceiro filme é essa: ignore o que foi mostrado no trailer. Assim como no segundo filme, os produtores lançaram na "amostra grátis" várias cenas que simplesmente não estão no filme. Pior, no caso do terceiro, o filme mostra momentos que contradizem totalmente o trailer, como se fosse o caso de se tratar de filmes diferentes. A cena da brincadeira de Katie e Kristi em frente ao espelho é uma delas. Essa jogada de marketing, se vista de um ponto de vista diferente, beira a falta de respeito com os fãs da franquia, não acha? Afinal, isso não aconteceu no primeiro filme e mesmo assim Atividade Paranormal virou sensação no mundo inteiro.

Vamos ao filme, enfim...



O "prólogo" de Atividade Paranormal 3 ocorre meses antes dos eventos mostrados no segundo filme. Um video caseiro mostra um diálogo entre Katie e Kristi - ainda grávida de Hunter - enquanto Kristi pinta o quarto do bebê. Katie afirma estar pensando em morar em definitivo com Micah e pede para usar o porão da casa de Kristi e Daniel para guardar umas fitas VHS que estão com ela desde a época da morte da avó. Ao ser perguntada sobre o conteúdo das fitas, Katie diz nunca tê-las assistido. Na cena seguinte, Daniel filma Katie descendo o porão e guardando as fitas lá, em uma caixa de papelão.
Corta para imagens do segundo filme, no exato momento em que Daniel começa a filmar o estado da casa depois de uma suposta invasão domiciliar. Móveis revirados, eletrodomésticos quebrados e, ao descer ao porão, nota-se o desaparecimento da caixa de fitas de video de Katie. Embora não seja dito diretamente, mas daí já dá pra supor o motivo de terem invadido a casa de Daniel e Kristi. Sobre quem fez isso, pode-se deduzir depois de ver o filme até o final.
O filme começa "de verdade" quando começam a aparecer as imagens das tais fitas. Nenhuma mensagem como "A Paramount agradece às famílias..." e nem nada do tipo. Apenas as filmagens começam a aparecer.

Aliás, sobre essas filmagens, vem a primeira grande falha do filme. Apesar de tudo aquilo se passar no final dos anos oitenta, parece que todas as fitas foram feitas em HD. Não creio que, se o filme todo se passasse em videos com qualidade de VHS da época, ele ficasse ruim. Muito pelo contrário, isso traria mais verossimilhança à história. Temos o exemplo de À Prova de Morte, de Quentin Tarantino, mas isso é outro caso.

O período de "apresentação dos personagens do filme" acontece no dia do aniversário de seis anos de Katie. O responsável por filmar a festa é Dennis, namorado de Julie, mãe de Katie e Kristi. Conforme é revelado mais tarde, ele trabalha filmando eventos como casamentos e festas. Também aparece na festa a avó das meninas e mãe de Julie. Quem viu o segundo filme sabe que ela tem uma participação importante e decisiva na trama.

Kristi tem um amigo imaginário chamado Toby, que é citado algumas vezes pela garotinha no início do filme.

O primeiro acontecimento estranho ocorre quando Dennis está sozinho com a câmera e ouve sons vindos de outros pontos da casa. Entra no quarto das meninas e vê que ele está vazio, mas quando se vira, vê a porta do armário das garotas aberto. Contudo, esse fato isolado parece passar despercebido.

Dennis passa a suspeitar que exista algo estranho vivendo naquela casa quando, ao tentar filmar ele e Julie na cama, um terremoto balança as estruturas da casa. Dennis e Jullie correm para verificar se as meninas estão bem e, a poeira que cai do teto parece revelar uma silhueta presente no quarto.
Dennis vê as imagens no dia seguinte e mostra a Julie, que acha que é apenas ilusão de ótica. No entanto, Randy, amigo de Dennis (e contraponto humorístico no filme) fica entusiasmado e encoraja o amigo a tentar capturar mais imagens da coisa na casa. Como era de se esperar, Dennis espalha algumas câmeras e as deixa ligada durante a noite. No entanto, uma delas captura um diálogo aparentemente inofensivo de Julie e sua mãe. A avó das meninas tenta convencer Julie a ter um filho homem (quem viu o segundo filme começa a desconfiar do motivo disso), assim como critica a relação dela com Dennis.
Uma das primeiras gravações estranhas de Dennis mostra Kristi levantando à noite e conversando com Toby, seu suposto amigo imaginário. Na conversa, menciona Dennis, diz que ele é um sujeito legal. Dennis, ao ver as imagen no dia seguinte tenta mostrar a Julie que há algo estranho na casa, mas a garota se mostra cética e diz que o fato de Kristi ter um amigo imaginário é coisa de criança, que deve desaparecer em uma semana ou duas.
A partir daí, começa uma sucessão de momentos parecidos com os do primeiro e segundo filmes. Lustres que se movem, luzes que se acendem sozinhas... exceto por duas cenas em particular, que inovam em relação aos longas anteriores.
A primeira delas ocorre quando Dennis e Julie saem à noite e deixam uma babá tomando conta das meninas. A garota brinca com Katie, vestindo um lençol e (no melhor estilo Chaves) imitando um fantasma. Depois das meninas irem dormir, a babá está no andar de baixo e as câmeras capturam uma figura com o lençol atrás da garota. Quando a babá se vira, o lençol cai no chão, revelando que o quem quer que estivesse por baixo, não era uma das meninas. Quando o casal chega, a babá claramente assustada cai logo fora dali. Na manhã seguinte, Dennis mostra as imagens a Randy.

A segunda cena que torna o terceiro filme pelo menos um pouco diferente ocorre um dia depois que as câmeras capturam Kristi "dizendo" a Toby que não vai mais falar com ele. Na manhã seguinte a esse fato, a garota acorda com febre e, à noite, Dennis e Julie decidem levá-la ao médico. Dessa vez, Dennis deixa Randy tomando conta de Katie, que o convence a brincar de "Bloody Mary". A brincadeira consiste em dizer "Blood Mary" três vezes em frente a um espelho e esperar um fantasma aparecer. O que acontece em seguida é meio óbvio, então nem vou entrar em muitos detalhes, mas basta dizer que Katie fica extremamente assustada.

Alguns dias depois, Katie está brincando com Kristi quando, ao chegar no quarto, a garota tromba com algo invisível. Com medo, dá alguns passos para trás para, em seguida ser erguida apenas pelos cabelos. Quando consegue se libertar, corre para os braços da mãe no andar de baixo e diz, chorando, "Toby puxou meus cabelos". Julie fica irritada e briga com Dennis, por encorajar a história de fantasmas.

Como nos dois filmes anteriores, a cena do pé sendo puxado também aparece em Atividade Paranormal 3. Aliás, parece que isso está se tornando algo obrigatório nos filmes da franquia. Nesse caso, acontece no quarto das meninas e a felizarda é, de novo Katie (o que faz com que a cena do primeiro filme seja a segunda vez que Katie passa por isso). Katie é arrastada para dentro do armário e a coisa só para quando Kristi diz à entidade "Está bem, eu faço...".

Diferente dos dois primeiros filmes, quando os homens são os céticos e idiotas, nesse caso a cética é Julie. Esse ceticismo todo desaparece quando ela mesma participa de um evento estranho na cozinha de casa Não vou especificar exatamente o que é, mas basta dizer que é algo bastante parecido com a cena de Kristi e os armários no segundo filme.

Assustada, Julie convence Dennis a irem todos para a casa da avó das meninas. Começa aí a parte final e ponto alto do filme. Pouco depois de chegarem, Kristi fica observando um quadro na parede, quase como se estivesse hipnotizada. Quem está acostumado com filmes de terror já deduz que o problema não está exatamente no quadro...

De qualquer forma, inexplicavelmente, Dennis deixa a câmera ligada enquanto dormem. De madrugada, ao ouvir sons de carros do lado de fora da casa, o casal acorda. Minutos depois, ouvindo sons de dentro, Julie sai do quarto para ver do que se trata. É a última vez que ela é vista com vida.

Ao perceber a demora da namorada em voltar, Dennis pega a câmera e sai do quarto. Vai até o quarto das meninas e vê que ele também está vazio. A partir daí, o filme fica bastante parecido com o final de A Bruxa de Blair, com Dennis percorrendo aquela casa assustadora da porra, com a câmera na mão. Quando chega à sala de jantar, adequadamente iluminada por velas, vê que o quadro não está mais ali, que tem um símbolo de bruxaria desenhado na parede. Devagar, continua a percorrer a casa procurando a namorada e as filhas. Chega a um corredor e vê, no final dele, uma porta. É óbvio que se fosse uma pessoa da vida real, ele tinha caído fora dali e chamado a polícia, mas como se trata de um filme de terror, ele realmente percorreu o corredor e abriu a porta no final dele... para dar de cara com um bando de bruxas em algum tipo de ritual pagão (não que bruxas façam outros tipos de rituais, mas você me entendeu).
Ao tentar fugir pelo caminho de volta, Dennis viu Julie no alto da escada, em pé... ou assim pensou, quando chegou mais perto e se deu conta que a garota estava morta e sendo suspensa por alguma coisa invisível, que a jogou em cima de Dennis e ambos caíram. Depois que se levantou, encontrou Kristi. Com a garotinha, tentou abrir a porta da casa, mas descobriu-a trancada. De novo, se fosse algum de nós, teria aberto aquela porta a murros, pontapés ou a dentadas, mas como se trata de um filme, tudo o que o sujeito fez foi se esconder com Kristi em um armário. Momentos depois, deixou a garota lá e saiu, sabe-se lá pra que. Mas encontrou Katie, no pé da escada, perto do corpo da mãe. Katie estava abaixada, de costas e era tão óbvio o que iria acontecer em seguida que... aconteceu mesmo. Dennis se aproximou e quando tocou o ombro da garota e ela se virou, vimos a face demoníaca de relance, assim como nos dois primeiros filmes. Dennis é arremessado para trás e a câmera mostra apenas o pé do rapaz. Quando ele tenta se arrastar, a entidade presente na casa o joga para o chão. A mãe de Julie chega e presencia a cena.

Em seguida, Dennis tem a espinha partida e cai.
Morto.

As últimas imagens mostram a avó das meninas subindo a escada, na companhia de ambas. Antes de chegar ao topo, Kristi olha para trás e diz: "Venha, Toby".

Fiquei indignado (mas não muuuuito) pelas cenas do trailer que ficaram de fora do filme. Como a possível explicação para o incêndio na casa de Katie, mencionado por ela no primeiro filme. Mesmo assim, algumas coisas ficariam estranhas nesse filme, como a presença do psiquico do longa original.

Como saldo, acho que Atividade Paranormal 3 é até um pouco mais assustador do que o segundo, embora também tenha bastante humor negro. Funciona bem como um filme de terror isolado. Comparado ao segundo, tem mais cenas com "sustos falsos", as quais quase inexistem no primeiro.

O porém é que, a cada filme, estão fazendo com que a história fique mais próxima da vala comum dos demais filmes de terror feitos por aí. Estão colocando muitos detalhes e, no que se refere a Atividade Paranormal 3, alguns desses detalhes estão contradizendo coisas vistas nos dois primeiros filmes. O próprio final do filme já é assim.

No caso do próximo filme da franquia, tudo indica que os produtores irão mostrar o destino de Katie e de Hunter, após os acontecimentos do segundo filme. Pra quem esperava um terceiro filme bem fraco, até que me surpreendi. Então, é esperar pra ver o que Atividade Paranormal 4 nos reserva...

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