Notas Do Autor (Universo De Gigantes): Número 1
Caros navegantes, amigos ou não. Como puderam notar, atualizar um blog trabalhando à bordo de um cruzeiro marítimo não é láuma coisa muito fácil, muitos tentam fazê-lo em tempo real, outros tecem próprios comentários quando retornam para o Brasil, mas eu como jornalista tenho um prato cheio em mãos a cada novo passageiro que conheço. Na verdade não só como joirnalista de formação e coração, pois embora sem muita experiência na área e nem conhecimento, o que não me falta é vontade de mergulhar nessa carreira, mas sim como observador. Observar as pessoas e saber fazê-lo de maneira apropriada nos proporciona experiência e conhecimento. Experiência porque à maneira que observamos atitudes podemos copiá-la ou até modifica-la para nós mesmos e conhecimento porque podemos absorver fatos que não necessariamento usaremos no nosso cotidiano, mas que igualmente nos são úteis.
Portanto, todos os detalhes dessa grande aventura serão citados em breve, daqui a alguns meses, pois o bloco de papel está cheio de boas idéias e a mente transborda. Me dedicarei a apenas citar o que de fato é mais importante no momento, em curtas notas.
Para descrever o que pretendo agora, preciso remontar o meu passado não muito distante. Um passado em que a preguiça e o ócio me consumiram por completo, a ponto de dormir às 5 am e acordar, quase todos os dias às 4 pm ou mais. Aquilo de momento parecia não me preocupar, afinal sempre tive o colo da mãe e da avó, literalmente o da mãe, quando todas as noite eu a convidava para ver um filme e pedia colo e cafuné. Não que isso seja vergonhoso, mas uma hora temos que crescer, criar asas ter o nosso momento íntimo e isso tudo, toda essa mudança desde o dia 27 de abril me proporcionou isso tudo.
Trabalhar em alto mar nos faz perceber o quanto pensávamos que dávamos valor as pessoas a nossa volta e quanto realmente estávamos errados quanto a isso. Isso me remonta o quanto chorei e senti na pele, certa vez já trabalhando no turno da noite, sem nenhuma supervisão, tudo o que devo ter feito minha avó sofrer, dizendo quase todos os dias palavras chulas e inescrupulosas do tipo que nem dizemos para um cachorro. Por mais que fossem ataques de 5min e depois estivéssemos bem, percebi o quanto fui estúpido durante anos, e por mais que ela nunca demonstrasse pra mimk o quanto estivesse magoada, eu me senti longe, muito mal. Me lembro do que meu mestre de história, Paulo Prado von Atzingen Neto, dizia: "Dê valor enquanto você tem, pois a maioria das pessoas só conseguem o fazer depois que perdem". No momento - e bato três vezes na madeira - tudo está programado para voltar e dar um abraço apertado nela e dizer o quanto ela é importante pra mim e fez falta, portanto só preciso esperar. Pedir desculpas como diz meu mestre de Kung Fu, Gabriel Pires de Amorim: "Por mais que sejam vindas do coração, são inúteis". E hoje, concordo plenamente com isso, embora acredite que tenhamos, dependendo da situação, que pedir desculpas por algo que nem mesmo seja nossa culpa, pelo simples motivo de manter uma boa coinvivencia com o próximo, porém o que importa não são as desculpas, mas nossas atitudes após magoar alguém, por exemplo, o que importa é não cometer o mesmo erro e mostrar evolução. Isso tudo tambérm percebi à bordo, pois ninguém quer saber dos seus problemas pessoais ou que interfere no seu bom desempenho, querem saber de atitude e quanto melhor você for, mais recompensas consegue.
Embora em constante evolução e aprendizado, já decepcionei pessoas que me deram muitas chances de progredir de maneira mais fáscil aqui dentro e o quanto é duro ouvir, olho no olho, de pessoas que você considera muito que você as decepcionou! Pedir desculpas não vai adiantar, o que adiantará é você mostrar em atitudes que o trabalho foi feito para você e por mais que tenha ouvido: "Acho melhor você se reportar ao Crew Office e dizer que o trabalho não é pra você", acredito sempre em mais um dia, ou seja, sempre há tempo de mudar e realmente estou mudando. Há dias não chego nem um minuto atrasado e confesso que o fiz praticamente nos meus dois primeiros meses inteiros, por dormir em plenos braços de Netuno não é algo muito fácil e por ter a vida que citei no Brasil, tudo o que eu queria era não dormir, pois como diz meu amigo Alex Chinfraz, dormir é perda de tempo, embora seja extremamente necessário.
Aqui aprendi a me respeitar e a acreditar mais em mim, a ser mais forte. Aprendi que um dedo em riste e um tom mais severo, talvez até um blefe, pode substituir um bom murro na cara. Mas se fosse necessário defender alguém ou me proteger, seguiria os conselhos que o senhor Antônio Marchina, pai de um dos meus melhores e mais sábios amigos Alexandre de Camillo Marchina lhe dava: "Dê um boi para não entrar numa briga, mas uma boiada para não sair dela".
Sigo constantemente todos os dias no banho, mantras que aprendi com a vó do Alexandre, dona Eufêmia: "Eu quero, eu posso", assim como uma onda que vem do mar até a praia e vai embora levando todas as suas impurezas. Criei outros como: "Tenho que agir de acordo com o que eu penso", pois percebi que sou uma pessoa muito passional e levo tudo na base do coração e quanto mais eu con seguir equilibrar os pensamentos vindos da mente com o coração, se ambos andarem juntos, só tenho a progredir.
Ao invéz de me ocupar vendo filmes de terror, que embora me sejam divertidos - mas sem conteúdo nenhum - por aqui encontrei um filme muito significativo para mim: The Peacefulk Warrior (Poder Al~em da Vida. Lembroi que vi com a minha m"ae, mas sozinho em constante faze de conhecimento interpessoal, certamente tem outra conotação.
Aprendi que uma mente positiva consegue atrair coisas maravilhosas e me fez dar valor a sentimentos como amizade, respeito, carinho, cumplicidade, paixão, amor e outras coisas.
Em apenas dois meses e três dias, foi isso qwue absorvi. Tenho apenas quatro pela frente e parece que estou aqui há 2 dias. É injusto dizer isso para quem me espera, mas para mim é como se eu estivesse em coma e em processo de evolução física e espiritual, pois quando voltar, tudo vai ser diferente embora para mim, tudo tão igual.
Skagway, Alaska (Estados Unidos) - 30 de junho de 2012 - 1.13pm
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