Trilhei entre o gospel e o rock e acabei virando kpopper
Inicialmente escrevi o texto que se segue numa rede social, mas a pedidos decidi trazer aos leitores da Jam Station essa história sobre mim. Uma história pessoal, porém que alguns podem se identificar. Decidi fazer algumas leves alterações, mas o padrão informal continua. Ao longo desses quase oito anos que conheço o kpop (pop coreano), mas principalmente ao longo de todo o período anterior, muita coisa aconteceu. As mudanças na adolescência vem de várias formas, inclusive no meio da música. O relato que vos escrevo se refere a essas mudanças, de um garoto da igreja, passando pelo rock maligno (levem na zoeira) e acabando nos pop de olho puxado. Boa leitura.
"Pessoal acha que a pessoa vira kpopper por opção. Vira não. Ou vira? Bom, eu não cheguei num dia qualquer e pensei "Poxa, quero ouvir música coreana. Uau, virei kpopper!". Não! Eu ouvi uma música que nem sabia que era kpop nem que era coreano, só tinha achado o ritmo legal e as integrantes bonitas (hue). Fui atrás e deu no que deu. E nem sabia que aquilo era kpop ainda. Levou quase um ano pra que eu começasse a entrar de vez no kpop e descobrisse o que realmente era, porque no início achava tudo muito estranho. Algo tipo "legalzinho, mas só isso". Só depois que decidi ir além e não parei mais.
Na época que conheci o kpop eu era otaku, vivia vendo anime. Daí veio o kpop e fingiu me salvar desse mundo de perdição, me jogando em outro poço sem fundo. Eu tinha de tudo pra seguir outro caminho. Ora, passei boa parte da minha infância e adolescência ouvindo musiquinhas infantis gospel (umas boas e outras nada a ver, mas... eu era criança, né). Eu era o garoto que não sabia de quase nada do mundo da música 'secular', e fora os gospel como Aline Barros, Crianças Diante do Trono, etc, ouvia Eliana, Jackeline... até cd do Xaropinho e da Garrafinha eu ouvia. E também ouvia músicas de desenhos. Lembro que também ouvia Fábio Júnior, Spice Girls, Rouge... Um cd que ouvia muito também era Explosão dos Anos 60, com rock e outras músicas em português. Mas o negócio era ver Os Padrinhos Mágicos e ficar cantando as musiquinhas do Chip Skylark! Ver Phineas e Ferb e ficar cantando todas as músicas! Cantar a trilha sonora de Happy Feet, High School Musical... Uhum.
Em meio a adolescência as coisas foram mudando. Eu basicamente passei a ouvir Elvis Presley, Miley Cyrus e Michael Jackson, os dois primeiros que eu até já curtia de antes, mas comecei a ouvir mais. Era meu top 3 artistas da época. Então meus colegas foram me levando pro mal caminho e eu conheci os grupos de rock, mas não me encontrei neles. Na época eu era viciado em Guitar Flash. Poucos anos depois descobri o grupo que eu gostaria muito: Guns N' Roses. Ouvia direto. Não sei ao certo se foi antes ou depois, mas nessa época também comecei a ouvir hip hop gospel (Fydell, Pregador Luo) e... funk gospel (!). Pois é. Mas durou pouco o funk. Resumindo: Eu basicamente ouvia uns rock normal, uns pop bacana, uns gospel diferenciado, ainda ouvia High School Musical e tal, mas já tava bem diferente que quando na infância.
Então como fui parar no kpop? Durante todo esse período de descobertas musicais, eu conheci o kpop, com SNSD, mas não dei tanta importância. Fiquei quase um ano nelas, mas superficialmente. Gente, estamos falando de alguém ouvindo música coreana num lugar que ninguém parecia saber que existia isso (?). Foi então que conheci 2ne1 e que aquilo tudo era kpop. Daí em diante, aos poucos, fui conhecendo mais grupos. Eu sempre procurava ouvir músicas sem "sacanagem", sem letras com teor adulto, já que com o tempo fui me preocupando com o que ouvia. O pop americano que o pessoal mais ouvia era (e ainda é) repleto de letras que considero "impróprias". A maioria do rock que a galera ouvia eu não curtia. A música brasileira que fazia sucesso era até legal, mas eu queria algo diferente. Eu era otaku, ouvia as músicas de Sakura Card Captors (aliás, boas músicas por sinal), então Japão tava ali marcado. De repente encontro a Coreia do Sul, também país asiático... pronto, foi questão de tempo até me viciar no kpop, algo que eu sequer imaginava que aconteceria. Mas vale citar que são países completamente diferentes. Só não percebe quem é ignorante.
O que mais me atraiu no kpop, além das coreanas (haha), foi o ritmo agitado, o visual atrativo dos clipes, as danças sincronizadas, os estilos variados, toda essa combinação de imagem e música. Era algo diferente, algo legal. Acabou que depois de já estar dentro desse caminho sem volta, comecei a curtir as músicas lentas de lá também. E também comecei a ouvir mais músicas de outras línguas. No kpop temos artistas de vários países, não é só coreano ou asiático, tem ocidentais também, tem canadense, americano, etc. E também não cantam apenas em coreano, tendo mercado japonês, chinês, inglês... acontece até de cantarem em outras línguas, como espanhol e português. Ou seja, é uma mistura globalizada. O kpop mesmo é um gênero, não um ritmo, englobando assim diversos ritmos, como o pop, o rock, o rap, o jazz, o r&b, etc. Pra melhorar, os grupos ainda fazem conceitos diferentes, o que gera sempre um novo visual, uma repaginada, uma forma de buscar estilos diferentes mas dentro do contexto do kpop. Claro que o kpop atual mudou demais em relação ao de antigamente, mas o mercado é assim mesmo. Pra perceber a diferença, é só pegar um grupo como Super Junior ou Girls' Generation e comparar os clipes. A pegada é outra. Ainda assim to curtindo tudo. E muito.
Atualmente ouço um monte de ritmos de várias línguas. Ouço gospel, pop, rock, ballad, r&b, jazz, hip hop, clássico, instrumental, etc. Ouço português, inglês, espanhol, coreano, japonês, chinês, indiano, vietnamita... e ainda pretendo aumentar a lista."
É isso. A vida nos guarda surpresas até onde menos esperamos. Música pra mim é um vício. Ouço em casa, enquanto navego na internet, no ônibus, na faculdade. O importante é ouvir. Não deixei o preconceito dos outros aos asiáticos mudar meus gostos. Já fui muito zoado por ouvir kpop, principalmente pelos próprios otakus, algo que deveria ser o contrário: Todo mundo curtindo algo asiático e lutando contra o preconceito daqueles que odeiam sem motivos. Mas sabemos que não é assim. E música não define sexualidade nem inteligência nem crença, mas esse papo de preconceito já rende assunto pra uma outra matéria. Pra encerrar, fica a pergunta: "O que mais o futuro está reservando para mim no mundo da música?".
Ouço música coreana, galera!
O que é que eu to ouvindo?
Na época que conheci o kpop eu era otaku, vivia vendo anime. Daí veio o kpop e fingiu me salvar desse mundo de perdição, me jogando em outro poço sem fundo. Eu tinha de tudo pra seguir outro caminho. Ora, passei boa parte da minha infância e adolescência ouvindo musiquinhas infantis gospel (umas boas e outras nada a ver, mas... eu era criança, né). Eu era o garoto que não sabia de quase nada do mundo da música 'secular', e fora os gospel como Aline Barros, Crianças Diante do Trono, etc, ouvia Eliana, Jackeline... até cd do Xaropinho e da Garrafinha eu ouvia. E também ouvia músicas de desenhos. Lembro que também ouvia Fábio Júnior, Spice Girls, Rouge... Um cd que ouvia muito também era Explosão dos Anos 60, com rock e outras músicas em português. Mas o negócio era ver Os Padrinhos Mágicos e ficar cantando as musiquinhas do Chip Skylark! Ver Phineas e Ferb e ficar cantando todas as músicas! Cantar a trilha sonora de Happy Feet, High School Musical... Uhum.
~bau tica bau au FALOU DO MEU AMOR bau bau bau O MEU CORAÇÃO BATEU~
Em meio a adolescência as coisas foram mudando. Eu basicamente passei a ouvir Elvis Presley, Miley Cyrus e Michael Jackson, os dois primeiros que eu até já curtia de antes, mas comecei a ouvir mais. Era meu top 3 artistas da época. Então meus colegas foram me levando pro mal caminho e eu conheci os grupos de rock, mas não me encontrei neles. Na época eu era viciado em Guitar Flash. Poucos anos depois descobri o grupo que eu gostaria muito: Guns N' Roses. Ouvia direto. Não sei ao certo se foi antes ou depois, mas nessa época também comecei a ouvir hip hop gospel (Fydell, Pregador Luo) e... funk gospel (!). Pois é. Mas durou pouco o funk. Resumindo: Eu basicamente ouvia uns rock normal, uns pop bacana, uns gospel diferenciado, ainda ouvia High School Musical e tal, mas já tava bem diferente que quando na infância.
~Love me tender Love me true All my dreams fulfilled~
Então como fui parar no kpop? Durante todo esse período de descobertas musicais, eu conheci o kpop, com SNSD, mas não dei tanta importância. Fiquei quase um ano nelas, mas superficialmente. Gente, estamos falando de alguém ouvindo música coreana num lugar que ninguém parecia saber que existia isso (?). Foi então que conheci 2ne1 e que aquilo tudo era kpop. Daí em diante, aos poucos, fui conhecendo mais grupos. Eu sempre procurava ouvir músicas sem "sacanagem", sem letras com teor adulto, já que com o tempo fui me preocupando com o que ouvia. O pop americano que o pessoal mais ouvia era (e ainda é) repleto de letras que considero "impróprias". A maioria do rock que a galera ouvia eu não curtia. A música brasileira que fazia sucesso era até legal, mas eu queria algo diferente. Eu era otaku, ouvia as músicas de Sakura Card Captors (aliás, boas músicas por sinal), então Japão tava ali marcado. De repente encontro a Coreia do Sul, também país asiático... pronto, foi questão de tempo até me viciar no kpop, algo que eu sequer imaginava que aconteceria. Mas vale citar que são países completamente diferentes. Só não percebe quem é ignorante.
~gee gee gee gee baby baby baby~ Garotas lindas e música que não sai da cabeça
O que mais me atraiu no kpop, além das coreanas (haha), foi o ritmo agitado, o visual atrativo dos clipes, as danças sincronizadas, os estilos variados, toda essa combinação de imagem e música. Era algo diferente, algo legal. Acabou que depois de já estar dentro desse caminho sem volta, comecei a curtir as músicas lentas de lá também. E também comecei a ouvir mais músicas de outras línguas. No kpop temos artistas de vários países, não é só coreano ou asiático, tem ocidentais também, tem canadense, americano, etc. E também não cantam apenas em coreano, tendo mercado japonês, chinês, inglês... acontece até de cantarem em outras línguas, como espanhol e português. Ou seja, é uma mistura globalizada. O kpop mesmo é um gênero, não um ritmo, englobando assim diversos ritmos, como o pop, o rock, o rap, o jazz, o r&b, etc. Pra melhorar, os grupos ainda fazem conceitos diferentes, o que gera sempre um novo visual, uma repaginada, uma forma de buscar estilos diferentes mas dentro do contexto do kpop. Claro que o kpop atual mudou demais em relação ao de antigamente, mas o mercado é assim mesmo. Pra perceber a diferença, é só pegar um grupo como Super Junior ou Girls' Generation e comparar os clipes. A pegada é outra. Ainda assim to curtindo tudo. E muito.
Shannon é britânica filha de gaulês com coreana. Quer mais globalização que isso?
Atualmente ouço um monte de ritmos de várias línguas. Ouço gospel, pop, rock, ballad, r&b, jazz, hip hop, clássico, instrumental, etc. Ouço português, inglês, espanhol, coreano, japonês, chinês, indiano, vietnamita... e ainda pretendo aumentar a lista."
Kpop é o poder!
É isso. A vida nos guarda surpresas até onde menos esperamos. Música pra mim é um vício. Ouço em casa, enquanto navego na internet, no ônibus, na faculdade. O importante é ouvir. Não deixei o preconceito dos outros aos asiáticos mudar meus gostos. Já fui muito zoado por ouvir kpop, principalmente pelos próprios otakus, algo que deveria ser o contrário: Todo mundo curtindo algo asiático e lutando contra o preconceito daqueles que odeiam sem motivos. Mas sabemos que não é assim. E música não define sexualidade nem inteligência nem crença, mas esse papo de preconceito já rende assunto pra uma outra matéria. Pra encerrar, fica a pergunta: "O que mais o futuro está reservando para mim no mundo da música?".
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