O dia em que eu comecei a ler The Walking Dead - Diferenças entre a série e a hq
Esse é um texto confuso que eu escrevia enquanto estava com sono e não conseguia dormir porque não conseguia parar de pensar nos quadrinhos de TWD, mas imagine que tinha um zumbi vindo na minha direção e eu precisava publicar de algum modo. Bom proveito.
Estava eu cansado da enrolação que a série andava fazendo e decidi parar de assistir. Isso ano passado. Não definitivamente, apenas dar um tempo e pensar se voltaria ou não. Tinha prioridades. Esse ano, então, decidi começar a ler a história em quadrinhos. Deveria ter feito isso muito antes.
Iniciado em 2003 por Robert Kirkman, a hq conta mensalmente com um capítulo. A série veio apenas em 2010. Para os leigos, essa não é uma matéria recomendada, mas basicamente conta a história de sobreviventes em meio ao apocalipse zumbi, com o xerife Rick como protagonista.
O legal de The Walking Dead é que começamos acompanhando a história pelo grupo do Rick e, aos poucos, mais personagens vão aparecendo e trazendo mais pontos de vistas diferentes, mas sempre focado naquela região. Depois que Jesus entra na história e muda tudo ao revelar a existência de comunidades, a trama demonstra que ainda tem muito o que explorar. Durante todo esse trajeto, vemos Rick e seu grupo tentando sobreviver aos mortos e aos vivos, se acostumando a matar, ficando loucos, se indagando sobre a vida, questionando o motivo de tudo aquilo, tentando recomeçar, procurando manter a sanidade, buscando reerguer uma sociedade, etc. Cada arco é algo único e especial. Acompanhamos uma verdadeira evolução.
Entretanto, toda a forma como tudo isso é contado influencia no resultado.
Quando comecei a acompanhar a série, ainda estava no começo. Era incrível. Entre altos e baixos, eu assistia tudo quase sem piscar. Infelizmente não demorou para que a qualidade caísse. Por mais que os ótimos episódios continuassem sensacionais, por mais que os personagens fossem envolventes demais e por mais que o clima de The Walking Drama (rs) fosse realmente bom, alguns episódios eram o filler do filler, pura enrolação de chatice. Se tornou um padrão metade das temporadas serem dispensáveis (sem exagero).
Lendo a hq, logo de cara já fui percebendo diversas diferenças. A base é a mesma, mas de resto muita coisa muda. Decidi separar em tópicos:
- Ritmo: Na hq, a história possui um ritmo ágil e sentimos que a trama se passa num curto período de tempo, inclusive com os personagens lembrando disso. Na série nem tanto. É como se passassem anos (só impressão mesmo).
- Personagens: A hq possui mais personagens que a série e trabalha com mais pontos de vista. A série, por sua vez, possui alguns personagens originais, exclui outros e até muda o destino dos existentes. Alguns mortos na série estão vivos na hq e vice-versa. Mas não para por aí. A personalidade deles também são diferentes. De todos são em parte, mas de alguns são completamente, como do Dale, que não é nada bonzinho igual na série, e da Carol, que na hq é uma depressiva.
- Conteúdo do diálogo: Na hq, os personagens conversam sobre diversos assuntos, como um cotidiano normal mesmo. Há lamentações direto, mas não só. Na série, isso parece abafado, lamentações ocorrem a todo momento e parece não haver nada além para se comentar. O arco da prisão é um ótimo exemplo como diversos assuntos vão se intercalando na hq.
- Conteúdo do cotidiano: Mesmo caso acima. Na hq, diversas coisas acontecem. Na série, tudo se resume a ir no mato caçar, procurar comida e remédio e matar zumbi. Nada mais. O arco da prisão continua como um ótimo exemplo para ser analisado. O local na hq é imenso e possui várias áreas. Numa delas os personagens chegam a jogar basquete.
- Ousadia: Na hq, os personagens são mais humanos, enquanto na série todo mundo parece mais bonzinho, até mesmo os vilões. A hq também não tem medo de impactar, como as mortes no fim do arco da prisão que a série mudou completamente e também a primeira aparição do Governador, que na hq já chega cortando a mão do Rick e na série sequer ocorre. Se é pra causar, tem que causar.
A série possui seus méritos. Há situações originais e algumas ideias modificadas que são até melhores que na hq, mas é minoria. Se for contar em termos gerais, a hq ganha bem fácil da série em qualidade.
Eu realmente gosto do clima da série, mas não deveriam enrolar tanto. Com tanto potencial que a hq cria, chega a ser lamentável como desperdiçam isso. Que a série melhore e que Kirkman continue por muito tempo a trazer novas histórias desse universo na hq. Se depender dele, vai continuar até 2030 ou depois. Ainda estamos na metade do caminho...
Estava eu cansado da enrolação que a série andava fazendo e decidi parar de assistir. Isso ano passado. Não definitivamente, apenas dar um tempo e pensar se voltaria ou não. Tinha prioridades. Esse ano, então, decidi começar a ler a história em quadrinhos. Deveria ter feito isso muito antes.
Iniciado em 2003 por Robert Kirkman, a hq conta mensalmente com um capítulo. A série veio apenas em 2010. Para os leigos, essa não é uma matéria recomendada, mas basicamente conta a história de sobreviventes em meio ao apocalipse zumbi, com o xerife Rick como protagonista.
O legal de The Walking Dead é que começamos acompanhando a história pelo grupo do Rick e, aos poucos, mais personagens vão aparecendo e trazendo mais pontos de vistas diferentes, mas sempre focado naquela região. Depois que Jesus entra na história e muda tudo ao revelar a existência de comunidades, a trama demonstra que ainda tem muito o que explorar. Durante todo esse trajeto, vemos Rick e seu grupo tentando sobreviver aos mortos e aos vivos, se acostumando a matar, ficando loucos, se indagando sobre a vida, questionando o motivo de tudo aquilo, tentando recomeçar, procurando manter a sanidade, buscando reerguer uma sociedade, etc. Cada arco é algo único e especial. Acompanhamos uma verdadeira evolução.
Entretanto, toda a forma como tudo isso é contado influencia no resultado.
Quando comecei a acompanhar a série, ainda estava no começo. Era incrível. Entre altos e baixos, eu assistia tudo quase sem piscar. Infelizmente não demorou para que a qualidade caísse. Por mais que os ótimos episódios continuassem sensacionais, por mais que os personagens fossem envolventes demais e por mais que o clima de The Walking Drama (rs) fosse realmente bom, alguns episódios eram o filler do filler, pura enrolação de chatice. Se tornou um padrão metade das temporadas serem dispensáveis (sem exagero).
Lendo a hq, logo de cara já fui percebendo diversas diferenças. A base é a mesma, mas de resto muita coisa muda. Decidi separar em tópicos:
- Ritmo: Na hq, a história possui um ritmo ágil e sentimos que a trama se passa num curto período de tempo, inclusive com os personagens lembrando disso. Na série nem tanto. É como se passassem anos (só impressão mesmo).
- Personagens: A hq possui mais personagens que a série e trabalha com mais pontos de vista. A série, por sua vez, possui alguns personagens originais, exclui outros e até muda o destino dos existentes. Alguns mortos na série estão vivos na hq e vice-versa. Mas não para por aí. A personalidade deles também são diferentes. De todos são em parte, mas de alguns são completamente, como do Dale, que não é nada bonzinho igual na série, e da Carol, que na hq é uma depressiva.
- Conteúdo do diálogo: Na hq, os personagens conversam sobre diversos assuntos, como um cotidiano normal mesmo. Há lamentações direto, mas não só. Na série, isso parece abafado, lamentações ocorrem a todo momento e parece não haver nada além para se comentar. O arco da prisão é um ótimo exemplo como diversos assuntos vão se intercalando na hq.
- Conteúdo do cotidiano: Mesmo caso acima. Na hq, diversas coisas acontecem. Na série, tudo se resume a ir no mato caçar, procurar comida e remédio e matar zumbi. Nada mais. O arco da prisão continua como um ótimo exemplo para ser analisado. O local na hq é imenso e possui várias áreas. Numa delas os personagens chegam a jogar basquete.
- Ousadia: Na hq, os personagens são mais humanos, enquanto na série todo mundo parece mais bonzinho, até mesmo os vilões. A hq também não tem medo de impactar, como as mortes no fim do arco da prisão que a série mudou completamente e também a primeira aparição do Governador, que na hq já chega cortando a mão do Rick e na série sequer ocorre. Se é pra causar, tem que causar.
A série possui seus méritos. Há situações originais e algumas ideias modificadas que são até melhores que na hq, mas é minoria. Se for contar em termos gerais, a hq ganha bem fácil da série em qualidade.
Eu realmente gosto do clima da série, mas não deveriam enrolar tanto. Com tanto potencial que a hq cria, chega a ser lamentável como desperdiçam isso. Que a série melhore e que Kirkman continue por muito tempo a trazer novas histórias desse universo na hq. Se depender dele, vai continuar até 2030 ou depois. Ainda estamos na metade do caminho...
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