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[CRÍTICA] Trilogia animada Godzilla - Um infeliz teste de paciência para a franquia


A parceria Toho, Polygon e Netflix rendeu numa trilogia animada do rei dos monstros Godzilla, lançados originalmente entre 2017 e 2018 no Japão, e entre 2018 e 2019 internacionalmente. Será que prestou? Infelizmente não.

Toda a trilogia é muito fraca, sendo facilmente três dos piores filmes do rei dos monstros. Ignorei a animação nada atraente vista nos trailers, mas os filmes não colaboraram. Deveriam ter parado no primeiro, porque piora a cada filme. Se o primeiro é aceitável, apesar de tudo, e o segundo dá pra deixar passar apenas como um filme ruim, o terceiro leva aos limites da paciência.

Para uma franquia Godzilla, faltou mais... Godzilla. A história é boa, mas enrolam excessivamente, como se quisessem forçar três filmes (tipo O Hobbit). É um falso desenvolvimento contínuo na maior parte do tempo. Até os ganchos acabam se tornando enrolados. Além, dificilmente guardam surpresas, revelando tudo o que poderia servir como plot twist no futuro (há, mas tinha potencial para mais). Para piorar, há alguns anti-clímax bastante incômodos. Também ficam devendo bastante na ação. Isso quando tem.

O primeiro filme, "Planeta dos Monstros", foi o que mais "gostei" e que foge de boa parte (não tudo) do que critiquei em geral. A trama conta a história do retorno da humanidade, refugiada no espaço devido aos ataques do Godzilla, à Terra após décadas. Ao chegarem, percebem que milhares de anos se passaram por lá e que o Godzilla ainda estava vivo. Apesar de sentir que estenderam a trama, apesar de ser raso para um filme de introdução, possui uma história central aceitável. Temos a apresentação dos personagens principais, humanos e alienígenas, e vemos as falhas tentativas de deter o Godzilla. Ainda assim, não é bom o suficiente para uma "parte 1". Apenas no gancho para o próximo filme é que surge o interesse em continuar.

O segundo filme, "Cidade no Limiar da Batalha", é um grande semi-filler. Adentram num arco que, a princípio, parece promissor, mas ficam na mesma e ao fim as coisas soam como tempo perdido. Após revelado que o verdadeiro Godzilla havia acordado, o filme se foca na apresentação dos descendentes dos humanos e na redescoberta dos restos do Mechagodzilla, que virou uma... cidade. Pois é. O filme até tenta desenvolver as divisões do grupo humano, e de certa forma consegue, mas ao fim tudo parece vago. Claro que o impacto da trama é muito mais válida que do primeiro filme, mas ainda assim deixa a desejar mais do que seu antecessor.

O terceiro filme, "O Devorador de Planetas", chega ao fundo do poço. Uma prova de que tem sim como algo ruim piorar. Se antes ainda dava para "aceitar" (bem entre aspas mesmo), agora não mais. O longa soa como se não tivessem mais história para contar, restando apenas o grande final. Pois bem. Depois de tudo o que aconteceu, a franquia finalmente apresenta o primeiro perigo real para o Godzilla: o "deus" Ghidorah. Aqui ele não é apenas o monstro visto nos filmes clássicos, mas sim uma criatura divina. Mas quem espera uma luta entre os dois, vai se decepcionar tanto a ponto de querer xingar os responsáveis por esse filme. Repleto de muita filosofia barata repetida incansavelmente, o longa prossegue até o fim enrolando ao extremo seus acontecimentos e de brinde ainda insere o maior anti-clímax que a franquia Godzilla já presenciou.

Uma pena tanto desperdício de potencial.

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