Lei favorece solteiros que querem ter filhos
Adoção muda a rotina da funcionária pública Carla Rolim Stone, que vive sozinha em Porto Alegre. O gerente comercial Renato Barbosa da Cunha comemora a chegada do filho, que conheceu em um abrigo.
É uma decisão capaz de mudar muitas vidas: passar de apenas imaginar para tornar real a construção da própria família. O quarto de Laura esperou por ela durante dois anos. E enquanto Laura não vinha, era mais um bichinho, mais um enfeite. O nome até já estava escolhido. E, para a funcionária pública Carla Rolim Stone, Laura veio no momento certo: depois da maturidade emocional e no trabalho. A rotina desde a adoção é passar do banho para a mamadeira.
"A cozinha era o lugar menos frequentado da casa. Eu entrava nela de manhã cedo para tomar café e à noite para tomar café de novo. Agora eu entro para fazer mamadeira, esterilizar mamadeira", conta Carla.
Novidade para a mulher solteira, com dois diplomas universitários, que dedicou a maior parte da vida à profissão. Mas se ela anda sem tempo, na casa tem gente que jamais fica sem uma refeição no horário certo.
"Eu sempre quis ser mãe e sempre disse que adotaria. Eu sou solteira, sabia que pelo menos faria a diferença para uma criança que não tivesse nem pai nem mãe", diz a mãe.
Das nove horas de escritório por dia para a licença-maternidade, Carla descobriu o que toda mãe sabe: o ritmo de trabalho só aumenta. Dormir até mais tarde? Nunca mais. As fraldas precisam ser dobradas. Jantares e saídas com amigos foram trocados pelo plantão ao lado do berço.
"Uma das coisas que vieram a meu favor, apesar dos 48 anos hoje, foi a maturidade. Temos experiência adquiridas que sedimentam a tranqulidade", conta Carla.
E quem conhece paz maior do que o sono da princesinha da casa? Com Laura, até o momento mais simples se transforma na maior emoção.
"Parece que o coração da gente vai explodir de felicidade, de alegria. Eu sou uma mulher independente que está mais realizada como nunca sendo mãe", declara a funcionária pública.
"Então gente, peguei hoje a certidão de nascimento do Wanderley da Cunha. Meu filhote nasceu! Vou acender um charuto", comemora o gerente comercial Renato Barbosa da Cunha. E o filho que acaba de nascer é só dele. Renato é pai solteiro. A carteira de identidade é a prova: Renato Barbosa da Cunha é pai de Wanderley da Cunha. Só que o recém-chegado na família não era nenhum bebezinho. Wanderley já tinha 16 anos.
"Ele nasceu saudável, com 1,75 metro e 60 quilos. Meu filho é lindo mesmo! E eu sou um belo pai coruja", brinca o pai.
Para entender a história dessa adoção é preciso voltar no tempo. No dia 12 de outubro de 1999, os meninos do Abrigo João Paulo II, em Porto Alegre, saíam para um passeio em companhia de voluntários. Wanderley estava lá, com 12 anos. E Renato era um dos que ajudavam a cuidar da turminha.
"Eu sou solteiro, adoro isso. É a coisa mais importante na minha vida", conta Renato.
A amizade de Wanderley e Renato vem daquela época, quando o menino já tinha uma certeza: "Eu achei que ele era legal. Daí, a gente começou a se conhecer melhor e fomos ficando amigos. Agora considero ele meu pai".
Mas nem tudo era tão fácil. Pouco tempo depois, a vida de Renato daria uma guinada por causa de uma transferência no trabalho.
"Eu tinha opção: ou ficava desempregado, ou ia experimentar uma promoção em São Paulo. Só que não existia maneira legal de levar meu filho junto", explica Renato.
Mas um pai não consegue ficar longe do filho. Da saudade, nasceu o processo de adoção.
"A gente pensou que o fato de ser um homem solteiro querendo adotar um menino que tinha 15 anos de diferença causasse muitos questionamentos. E realmente me foi questionado na avaliação psicológica o porque desse desejo de, sendo solteiro, adotar um menino dessa idade. Mas o histórico falava por si. Tinha pastas e pastas de fotos, cartas, autorizações. O processo levou um ano. Eu dei entrada com o pedido em outubro. A guarda veio em janeiro. E em setembro do outro ano saiu a adoção", declara o pai.
Seis anos se passaram. Pai e filho voltaram para Porto Alegre. Na visita ao antigo abrigo, as lembranças se misturam com planos para o futuro.
"Eu namoro há um ano. Se tivermos a chance de adotar uma criança, vai ser legal. Nós falamos sobre isso. É uma coisa muito boa. Queria passar isso para frente. O que o meu pai fez é lindo", conta Wanderley.
"Muitas vezes eu ouço as pessoas falarem que o que fiz foi legal e quando tiverem condições vão fazer a mesma coisa. Mas eu não tinha condições! Você quer uma casinha bonitinha, com cerquinha, tudo legalzinho, para só então ser capaz de acolher alguém", questiona Renato.
Mãe e pai ou pai e mãe? Carla e Renato. Wanderley e Laura. Eles não se conhecem. Mas são as novas famílias brasileiras criadas com o mais forte e fundamental dos laços: o amor entre pais e filhos.
YATTA!
bye-Q!
É uma decisão capaz de mudar muitas vidas: passar de apenas imaginar para tornar real a construção da própria família. O quarto de Laura esperou por ela durante dois anos. E enquanto Laura não vinha, era mais um bichinho, mais um enfeite. O nome até já estava escolhido. E, para a funcionária pública Carla Rolim Stone, Laura veio no momento certo: depois da maturidade emocional e no trabalho. A rotina desde a adoção é passar do banho para a mamadeira.
"A cozinha era o lugar menos frequentado da casa. Eu entrava nela de manhã cedo para tomar café e à noite para tomar café de novo. Agora eu entro para fazer mamadeira, esterilizar mamadeira", conta Carla.
Novidade para a mulher solteira, com dois diplomas universitários, que dedicou a maior parte da vida à profissão. Mas se ela anda sem tempo, na casa tem gente que jamais fica sem uma refeição no horário certo.
"Eu sempre quis ser mãe e sempre disse que adotaria. Eu sou solteira, sabia que pelo menos faria a diferença para uma criança que não tivesse nem pai nem mãe", diz a mãe.
Das nove horas de escritório por dia para a licença-maternidade, Carla descobriu o que toda mãe sabe: o ritmo de trabalho só aumenta. Dormir até mais tarde? Nunca mais. As fraldas precisam ser dobradas. Jantares e saídas com amigos foram trocados pelo plantão ao lado do berço.
"Uma das coisas que vieram a meu favor, apesar dos 48 anos hoje, foi a maturidade. Temos experiência adquiridas que sedimentam a tranqulidade", conta Carla.
E quem conhece paz maior do que o sono da princesinha da casa? Com Laura, até o momento mais simples se transforma na maior emoção.
"Parece que o coração da gente vai explodir de felicidade, de alegria. Eu sou uma mulher independente que está mais realizada como nunca sendo mãe", declara a funcionária pública.
"Então gente, peguei hoje a certidão de nascimento do Wanderley da Cunha. Meu filhote nasceu! Vou acender um charuto", comemora o gerente comercial Renato Barbosa da Cunha. E o filho que acaba de nascer é só dele. Renato é pai solteiro. A carteira de identidade é a prova: Renato Barbosa da Cunha é pai de Wanderley da Cunha. Só que o recém-chegado na família não era nenhum bebezinho. Wanderley já tinha 16 anos.
"Ele nasceu saudável, com 1,75 metro e 60 quilos. Meu filho é lindo mesmo! E eu sou um belo pai coruja", brinca o pai.
Para entender a história dessa adoção é preciso voltar no tempo. No dia 12 de outubro de 1999, os meninos do Abrigo João Paulo II, em Porto Alegre, saíam para um passeio em companhia de voluntários. Wanderley estava lá, com 12 anos. E Renato era um dos que ajudavam a cuidar da turminha.
"Eu sou solteiro, adoro isso. É a coisa mais importante na minha vida", conta Renato.
A amizade de Wanderley e Renato vem daquela época, quando o menino já tinha uma certeza: "Eu achei que ele era legal. Daí, a gente começou a se conhecer melhor e fomos ficando amigos. Agora considero ele meu pai".
Mas nem tudo era tão fácil. Pouco tempo depois, a vida de Renato daria uma guinada por causa de uma transferência no trabalho.
"Eu tinha opção: ou ficava desempregado, ou ia experimentar uma promoção em São Paulo. Só que não existia maneira legal de levar meu filho junto", explica Renato.
Mas um pai não consegue ficar longe do filho. Da saudade, nasceu o processo de adoção.
"A gente pensou que o fato de ser um homem solteiro querendo adotar um menino que tinha 15 anos de diferença causasse muitos questionamentos. E realmente me foi questionado na avaliação psicológica o porque desse desejo de, sendo solteiro, adotar um menino dessa idade. Mas o histórico falava por si. Tinha pastas e pastas de fotos, cartas, autorizações. O processo levou um ano. Eu dei entrada com o pedido em outubro. A guarda veio em janeiro. E em setembro do outro ano saiu a adoção", declara o pai.
Seis anos se passaram. Pai e filho voltaram para Porto Alegre. Na visita ao antigo abrigo, as lembranças se misturam com planos para o futuro.
"Eu namoro há um ano. Se tivermos a chance de adotar uma criança, vai ser legal. Nós falamos sobre isso. É uma coisa muito boa. Queria passar isso para frente. O que o meu pai fez é lindo", conta Wanderley.
"Muitas vezes eu ouço as pessoas falarem que o que fiz foi legal e quando tiverem condições vão fazer a mesma coisa. Mas eu não tinha condições! Você quer uma casinha bonitinha, com cerquinha, tudo legalzinho, para só então ser capaz de acolher alguém", questiona Renato.
Mãe e pai ou pai e mãe? Carla e Renato. Wanderley e Laura. Eles não se conhecem. Mas são as novas famílias brasileiras criadas com o mais forte e fundamental dos laços: o amor entre pais e filhos.
YATTA!
bye-Q!
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