TRASH MOVIES - Como identificá-los? (parte 1)
TRASH – pode ter mais de um sentido: como um termo relacionado a todo e qualquer filme de baixo orçamento, de má qualidade, ou mau gosto e com conteúdo mal-feito, mas também pode ser uma referência aos filmes de terror absolutamente violentos e explícitos, estes podendo ou não ser de investimento baixo, ou produções mais caras. Um filme Trash nunca é um blockbuster. Pois as superproduções mantém certa noção do que pode ou não ser filmado dentro do limite do suportável ao bom senso.
Sites relacionados ao Trash:
Troma – http://www.troma.com/
Pepa Filmes – http://www.pepafilmes.com.br/
Boca do Inferno – http://www.bocadoinferno.com/
Ed Wood, o pai do Trash
Qualificados como Filmes B (de segundo plano), amadores (caseiros) e ou de exploitation (filmes que exploram um gênero popular, utilizando baixo custo de produção, geralmente realizados por estúdios independentes) a categoria Trash popularizou-se devido ao diretor Edward Davis Wood Jr, o precursor dos filmes de terror, ficção científica e eróticos que, quase que necessariamente, mesclavam estes três gêneros em enredos extremamente bizarros, dispondo de efeitos especiais muito pouco convincentes, ou totalmente falsos.
Ed Wood dirigiu, atuou e produziu vários filmes cults do Trash. Foi, muitas vezes, considerado “o pior cineasta de todos os tempos” e tem o mérito de ter dirigido os últimos filmes de Bela Lugosi (ator famoso por sua interpretação de Conde Drácula).
O grande feito de Ed Wood foi o filme “Plan 9 From Outer Space”, pior filme de todos os tempos.
Interessados sobre a história do cineasta assistam ao filme “Ed Wood” de Tim Burton (1994). Uma biografia cômica na qual Ed é vivido por Johnny Depp.
Ed Wood
No Brasil
O Trash brasileiro é praticamente representado pelas Pornochanchadas (filmes eróticos, populares durante toda década de 70 e início dos anos 80, que continham grande dose de humor chulo e obscenidades, caracterizando um gosto pra lá de duvidoso) e também pelo orgulho nacional: José Mojica Marins, o Zé do Caixão.
Zé do Caixão, em sua carreira, não só possui os clássicos de Terror regados a Catchup e nacos de bife (“À Meia-Noite Levarei Sua Alma” é seu maior clássico), como também dirigiu filmes de sexo explícito e já foi apresentador do programa “Cine Trash” da TV Band, quem não se lembra?
Duas curiosidades sobre Zé do Caixão:
- Nos EUA, é conhecido como Coffin Joe.
- Um de seus filmes ficou conhecido como o filme proibido: “Delírios de um anormal”. Realizado durante uma amenização na Censura Federal, é uma compilação de cenas descartadas e impedidas de serem exibidas em seus filmes anteriores durante o auge da censura devido ao conteúdo “forte”. O filme é como uma sucessão de pesadelos.
Cinema Oriental
De onde será que vem tanta crueldade, ausência de escrúpulos e sadismo presentes nos filmes orientais? É mesmo uma cultura assustadora!
O cinema oriental é tido como o mais “from hell” de todos. Uma característica que não se aplica somente aos filmes de terror, filmes de luta antigos figuram entre os mais violentos e sanguinários de todos os tempos. Mas voltando ao assunto, muitas vezes estes filmes são tratados aqui no ocidente com um certo preconceito, o que é explicado pelos seus conteúdos bizarros. Mas, ultrapassando esse obstáculo de estranhamento de valores, o Trash Oriental é de fato um dos melhores (só fica atrás do italiano, na minha opinião).
Guinea Pig
Uma série de 8 filmes extremamente chocantes é Guinea Pig. O primeiro e homônimo da série destacou-se por ser um falso Snuff Movie (“Snuff” é qualquer filmagem de fatos reais contendo cenas de terror e violência explícita). Nele, uma mulher é torturada até a morte, e tudo é filmado e tratado como se tivesse mesmo acontecido. Tanto é que o segundo e mais famoso filme da série deixou o ator Charlie Sheen tão convencido de que era tudo mesmo verdadeiro, que o próprio denunciou a obra ao FBI! Os outros filmes da série têm roteiros, perdendo a essência snuff. Uma curiosidade é que num dos episódios revela-se como é feita a maquiagem realista da série.
Por falar em Snuff Movies, é impossível não citar a obra mais polêmica da categoria, o filme chinês “Campo 731: Bactérias – A Maldade Humana” (Hei tai yang 731). Trata-se de um documentário sobre um campo de concentração em que utilizavam-se cobaias humanas para teste de armas biológicas, uma história verdadeira. É o que há de mais próximo do real, por justamente ter utilizado cadáveres de verdade em cenas de dissecação. Há ainda cenas inexplicavelmente desagradáveis como um homem expelindo o intestino pelo ânus numa câmara de gás.
Takashi Miike
Na atualidade o diretor mais promissor do cinema Trash oriental é Takashi Miike, que produziu mais de sessenta filmes. Sua marca são cenas extremamente violentas e sexualmente doentias. Em sua adaptação do renomado mangá “Ichi, the Killer” (sobre um pervertido que só fica excitado sexualmente quando vê ou realiza alguma brutalidade) há cenas marcantes como um cara cortando ao meio a própria língua, óleo quente sendo jogado nas costas de um cidadão pendurado por ganchos presos à sua pele e um cara sendo partido ao meio por um chute (!).
Esse é só o começo. Ainda vou falar sobre Trash italiano, entre outros na segunda parte deste post.
Espero que gostem! E comentem, por favor!
YATTA!
bye-Q!
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