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De zumbis a demônios

(publicado originalmente em Reg Thorpe - Fornit Some Fornus)

Embora tudo indicasse que a seqüência de [REC] (2007) seria uma porcaria, não ficou tão ruim assim. De qualquer forma, o segundo filme da franquia tinha tudo para melhorar a história como um todo, mas fez exatamente o contrário, seguindo os velhos simbolismos que a Igreja Católica colocou no imaginário ocidental.
O filme começa exatamente do mesmo ponto de onde terminou o primeiro. A diferença é que, desta vez vemos a história do ponto de vista dos policiais da tropa de elite espanhola, que são designados para acompanhar um agente sanitário ao local da quarentena. Mais tarde, três jovens conseguem entrar no prédio por pura curiosidade (ato que viriam a lamentar profundamente), também munidos de uma câmera.
A história do vírus/bactéria/sei-lá-o-quê do filme anterior se transforma em sobrenatural/demonologia/viagem total. Um ponto positivo para os roteiristas é terem dado essa abordagem diferente do primeiro para o segundo filme. Mesmo assim, talvez pelo fato de eu não acreditar em nada do que o Cristianismo prega, acabou caindo na mesmice. Assim como o primeiro tem momentos de clichê no sentido de filmes de zumbis, o segundo repete a fórmula de filmes de possessão demoníaca.  (pessoas que estão possuídas com medo da cruz, etc, etc, etc...)
Depois de entrar no prédio e constatar que não se tratava de uma epidemia comum, os policiais pressionam o agente sanitário a revelar o que de fato está acontecendo. O tal agente cede à pressão e diz que na verdade é um padre com uma missão, que inclui não deixar que ninguém saia dali até que a tenha cumprido. Também fala da origem daquela epidemia estranha: Há algum tempo, uma garota foi possuída pelo (ou por um) demônio. Alguns espertalhões da Igreja  tentaram descobrir uma cura científica para aquilo. Em vez de tentar exorcizar a garota, quiseram fazer testes sanguíneos e tentar isolar o gene (ou sei lá) para descobrir uma cura. Ao piorar a situação, o médico/padre responsável lacrou a garota em um dos apartamentos daquele prédio. A garota, de alguma forma, espalhou a "doença da possessão" para vários moradores e agora era necessário coletar o sangue dela para que fosse feito uma vacina para os outros. Até esse ponto da história, apesar de ser meio esquisito, dá pra engolir. O problema do tal simbolismo pregado pelos cristãos pode ser exemplificado na cena em que a equipe encontra uma amostra do tal sangue escondida no quarto e o padre, em vez de usar a porcaria de um microscópio, usa um crucifixo pra testar o sangue. Esse tipo de coisa não dá pra engolir. Do mesmo jeito, também "não me desce" a cena em que o padre usa o mesmo crucifixo para torturar uma das crianças possuídas. Nunca fui muito com a cara da idéia de vampiros e demônios temerem a cruz. Mas que p&¨*& de medo é esse?
Há algumas outras mancadinhas no filme. Entretanto, a cena final é quase tão perturbadora quanto a do filme anterior (o que é bom, se tratando de um filme de terror). O desfecho, se não é um primor e nem nada tão inesperado, pelo menos não é tão simples e conveniente quanto o do primeiro.
[REC] 1 e 2 são bons filmes de terror, com alguns erros que poderiam sido evitados. Mas dá pra assistir ambos.
 
 
 
[REC] 2 - trailer

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