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O Cavaleiro Negro

(publicado originalmente em Reg Thorpe - Fornit Some Fornus)

A atual febre dos filmes baseados nos heróis dos quadrinhos começou pra valer em 2000, com o primeiro X-Men. Antes disso, ocasionalmente aparecia por aí um ou outro filme do gênero digno de nota, como os dois primeiros "Superman" (clássicos!) ou os dois "Batman" com o Michael Keaton (odiados por muita gente). Os heróis mutantes abriram uma década que ainda teria três "Homem-Aranha", dois "Hulk", um "Superman" (péssimo) e, entre outros, um terrível "Demolidor". Até "Constantine" teve.
Em 2005, foi lançado a primeira adaptação verdadeiramente impecável do gênero: Batman Begins, do diretor Christopher Nolan. Ignorando completamente os quatro filmes anteriores, Batman Begins recomeçou a franquia cinematográfica do Morcegão do zero, algo que está sendo feito com a franquia do Homem-Aranha. Origem recontada, interpretações e elenco de primeira e roteiro competente. Agradou tanto aos fãs de quadrinhos quanto ao público em geral. No final, o filme dava um gancho para a continuação que certamente seria feita: Batman e o recém-promovido Capitão Gordon estão no terraço do Departamento de Polícia de Gotham. Gordon comenta sobre um novo bandido que está à solta nas ruas. Assim como Batman, ele também é adepto de certa "teatralidade". O capitão mostra ao herói algo que foi deixado em uma das cenas de crime: uma peculiar carta de baralho.
Eu não tinha a menor dúvida que a sequência não iria ser melhor do que o original. Nolan havia acertado em tantos pontos que dificilmente seu novo filme agradaria da mesma forma. Pouco mais de um ano e meio depois da estréia de Batman Begins, o ator australiano Heath Ledger era anunciado como o vilão da sequência. "Conhecido pelo seu papel em Brockeback Mountain...", os jornais diziam. "Quem é esse cara? Nunca vi um filme dele na vida!", eu pensei. Estava errado. Tinha visto Dez Coisas Que Eu Odeio Em Você, mas era sido um filme tãããão mais ou menos que eu nem lembrava.
Em 22 de janeiro de 2008, cerca de três meses após o término das filmagens, vi a notícia na TV de que o "ator que fez o papel de Coringa no ainda inédito filme do Batman, foi encontrado morto em seu apartamento". Meses depois a informação sobre o caso seria de que Ledger sofrera uma overdose acidental de remédios para dormir. Uma pena.
Em 18 de julho, saí do trabalho e fui direto para o cinema tendo certeza de que veria outra sequência de um filme legal que seria muito inferior ao original. Sem dúvida eu teria ido ver esse filme na estréia de qualquer maneira (assim como fiz com Batman Begins três anos antes), mas essa tragédia ocorrida em janeiro trazia uma curiosidade a mais. Tenho certeza de que não fui o único.
O Cavaleiro das Trevas já começa arregaçando! Uma cena de assalto a banco protagonizada por ladrões com máscaras de palhaço (você já fica imaginando quem é um deles) com um desfecho no mínimo interessante é apenas um aperitivo do que ainda está por vir.
Com o passar do filme, vemos que os bandidos de Gotham estão mais cautelosos desde o surgimento do misterioso vigilante mascarado. Em um programa de televisão, o prefeito afirma que falta pouco para que a polícia o prenda. Entretanto, a investigação para descobrir a verdadeira identidade do Batman é apenas uma fachada. Extra-oficialmente, ele trabalha junto com as autoridades, ou pelo menos junto de Gordon, já que a maioria da polícia de Gotham é corrupta. Os alvos principais de Batman e Gordon são os chefões da máfia de Gotham. O novo promotor público, Harvey Dent, também parece estar disposto a limpar as ruas da cidade.
Desesperados com a pressão e muito a contragosto, os cabeças das famílias mafiosas de Gotham City contratam o maluco vestido de palhaço para acabar com Batman. Mas o bandido tem outros planos. Claramente baseado na versão do Coringa da clássica HQ A Piada Mortal, o vilão desse filme não se interessa por dinheiro. A única diversão para ele é levar caos onde há a ordem. E provar que todo mundo está sujeito à... Bom, se você leu A Piada Mortal, deve saber do que eu estou falando.
Christian Bale continua bem como Batman, mas não tanto quanto no primeiro filme. Em algumas cenas, especialmente no final, ele exagera um pouco naquela voz sombria dele. Morgan Freeman está bem como sempre, Michael Caine continua o mesmo Alfred "durão" e Gary Oldman está o próprio Comissário Gordon dos quadrinhos. Maggie Gyllenhal substitui Katie Holmes no papel de Rachel. Holmes é infinitamente mais bonita, mas Maggie atua muito melhor. Aaron Eckhart interpreta o promotor público idealista Harvey Dent que tem papel importantíssimo na trama.
Heath Ledger rouba a cena como o Coringa. Psicótico. Assustador. É uma daquelas interpretações em que você não enxerga o ator em nenhum momento, apenas o personagem. Vendo Ledger em outros filmes, não dá pra dizer que se trata da mesma pessoa. Por esse papel, o australiano ganhou um raro Oscar póstumo de melhor ator coadjuvante.
Hans Zimmer e James Newton Howard repetiram a parceria de Batman Begins e fizeram uma trilha sonora tão lendária quanto no primeiro filme.

Batman - O Cavaleiro das Trevas - trailer



Está previsto para 2012 o terceiro e último filme da franquia, pelo menos sob a batuta de Nolan. The Dark Knight Rises já está em fase de pós-produção e conta com as presenças de Bale, Caine, Freeman e Oldman. Liam Nesson deve voltar no seu papel em Batman Begins. Estreando na franquia, Anne Hathaway como a Mulher-Gato, Tom Hardy como Bane, além de Joseph Gordon-Levitt e Marion Cotillard.
Levando em consideração o trabalho de Nolan em Batman Begins e em O Cavaleiro das Trevas, The Dark Knight Rises tem tudo para encerrar a trilogia com chave de ouro.

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