Header Ads

Uivos Ianques

(publicado originalmente em Reg Thorpe - Fornit Some Fornus)


Se tem algo que eu sinto saudade são os filmes da Sessão da Tarde da segunda metade da década de noventa e começo dos anos 2000. Não somente pelos filmes em si (em sua maioria, produções infanto-juvenis da década de oitenta), mas principalmente porque foi uma época marcante da minha vida, que compreende meus últimos anos de escola e os últimos tempos de inocência.
Filmes de terror sempre estiveram entre os meus favoritos. Os BONS, pelo menos, já que é muito difícil encontrar produções de qualidade nesse gênero, embora haja bastante coisa no sentido de quantidade. Um Lobisomem Americano em Londres não passava na Sessão da Tarde. Passava no "primo pobre", o Cinema em Casa, no SBT, antes da emissora de Silvio Santos assinar contrato com a Disney e com a Warner, em 2000.
Mesclando terror, referências a outros filmes e humor negro, An American Werewolf in London é, na minha opinião, o melhor filme de lobisomem já produzido, superior até ao remake de O Lobisomem feito recentemente e protagonizado por Benicio Del Toro.
Filmes de lobisomens, assim como vampiros e, principalmente mortos-vivos não devem ser feitos com a expectativa de que serão levados muito a sério e é exatamente nesse aspecto que o diretor e roteirista John Landis (de Um Príncipe em Nova York) acertou em cheio: ele não recheou  o filme com dramas pessoais ou filosofias sobre remorso ou identidade. Um Lobisomem Americano em Londres tem uma história simples (assim como muitas das melhores histórias) e com pouca profundidade, o que não significa que seja ruim. Essa simplicidade toda faz com que o limitado elenco não deixe a desejar, mesmo tendo atuações comuns.
Dois "mochileiros" americanos (David Naughton e Griffin Dunne) viajam pela Europa quando, no norte da Inglaterra, chegam ao isolado vilarejo de East Proctor, em uma noite fria. Ao entrar na taverna O Cordeiro Massacrado à procura de abrigo, não são recebidos muito amistosamente pelos habitantes locais. Ainda no local, notam o desconforto dos moradores ao indagarem sobre um pentagrama desenhado na parede e são expulsos dali (mas com educação). Contudo, antes de saírem, recebem recomendações: "Cuidado com a lua cheia" e "Mantenham-se na estrada, fiquem longe dos pântanos".
 
Um Lobisomem Americano em Londres - nos pântanos...



Ao acordar em um hospital em Londres, semanas mais tarde, David recebe a notícia de que seu amigo Jack morreu ao ser atacado por um lunático. Mais estranho ainda, começa a ter visões do cadáver de Jack vindo visitá-lo, para avisar que David se transformará em um lobisomem na próxima lua cheia. Ao mesmo tempo em que questiona sua própria sanidade, David se envolve com a sua enfermeira (a bonitinha Jenny Agutter).
A cena em que David se transforma no monstro pela primeira vez se tornou referência no que diz respeito à maquiagem e efeitos especiais para muitos filmes produzidos depois. Aliás, foi o primeiro filme a vencer o Oscar de melhor maquiagem (no primeiro ano dessa categoria, na premiação de 1982). O responsável pela maquiagem do filme foi Rick Baker, que venceria mais seis Oscar nessa categoria desde então, inclusive pelo já mencionado O Lobisomem (2010).
A trilha sonora de Um Lobisomem Americano em Londres também é interessante. Todas as músicas possuem a palavra "moon" (lua) no título. E músicas realmente boas, desde Creedence Clearwater Revival até Van Morrison.
Um Lobisomem Americano em Londres não é o maior filme de terror de todos os tempos (sequer causa medo), mas considero um dos meus favoritos. Afinal, como eu disse antes, às vezes as coisas mais simples são as melhores.


Um Lobisomem Americano em Londres - trailer

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.