Piratas do Caribe 5 - Mortos, vingança, diversão e mais do mesmo
Piratas do Caribe é uma franquia que ainda rende muito dinheiro para a Disney. Baseado numa das atrações de seu parque, o primeiro longa conquistou a todos. O segundo começou a dividir. O terceiro caiu no limbo. O quarto... apenas existe. Claro que isso reflete opiniões generalizadas, afinal, o povo sempre está lá para assistir aos filmes, assim como ocorre com franquias como Velozes e Furiosos e Transformers. E isso não necessariamente precisa ser algo ruim.
Particularmente, nunca achei a franquia ruim, embora tenha sentido a queda de qualidade. Talvez por não ser tão fã de piratas ou não ligar tanto assim para a franquia ou puro gosto duvidoso mesmo. Assisto aos filmes quase que no automático, com o único propósito de ser entretido naquele momento com aquela obra. E Piratas consegue isso. Se odiasse, não continuaria acompanhando. E sim, gostei do tão rejeitado quarto filme.
Eis que, anos depois, Piratas retorna para seu quinto longa. Depois de voltar navegando em águas misteriosas após um final temporário, é hora dos mortos contarem suas histórias. Ou de Salazar se vingar. Ou melhor, os dois. Homens Mortos Não Contam Histórias é a tradução do subtítulo do filme original, que aqui no Brasil virou genericamente A Vingança do Salazar. Até que não tá ruim. O mais importante é o filme. Presta? Se você não desistiu até aqui, sim, presta.
O quinto capítulo da franquia é mais do mesmo, só que mais aventuresco assim como era antigamente. Em geral soa muito como um filme da Sessão da Tarde, com um pirata do barulho causando altas confusões em alto mar enquanto é perseguido por mortos da pesada. Pronto, basicamente isso. Adicione personagens novos no meio que enriquecem a história, faça conexões diretas com os filmes anteriores e eis Piratas do Caribe 5.
Jack Sparrow (Johnny Depp) agora está acabado, sem navio e com o resto de sua tripulação o largando. Enquanto isso, Henry (Brenton Thwaites), filho dos não-esquecidos Will Turner (Orlando Bloom) e Elizabeth Swann (Keira Knightley), deseja obter o Tridente de Poseidon para libertar seu pai da maldição. Como disse, o filme se interliga aos antigos. Enquanto isso (again), Carina Smyth (Kaya Scodelario), astrônoma acusada de bruxaria, quer descobrir para onde o mapa de seu pai aponta. E, após os divertidos acontecimentos iniciais do longa, todos acabam parando no novo barco do pirata bêbado. Carina possui grande importância, servindo como guia para a tripulação.
Na equipe dos vilões, o antagonista Armando Salazar (Javier Bardem), volta dos mortos para se vingar de Jack Sparrow. Ele é, sem dúvida, o personagem mais marcante do longa. Provavelmente devido ao seu papel sério em meio aos outros que soam cômicos (e não é sempre assim na franquia?). Ele e seu exército exterminam qualquer navio afim de derrotar Sparrow. Isso se deve a um acontecimento passado, na época em que o famoso pirata estava prestes a se tornar capitão.
Já em alto mar e com a equipe de heróis juntas num mesmo lugar, o filme consegue mais tempo para desenvolver o lado do vilão e ainda acrescentar mais personagens na trama. Novamente, mais ligações com os filmes antigos acontecem. O longa é um festival de personagens tanto novos quanto antigos. Aliás, até participação especial tem, como o caso do cantor Paul McCartney, que interpreta o tio de Jack, numa tentativa de tapar o vazio deixado por Keith Richards, que interpretava o pai do pirata, mas acabou não voltando devido a conflitos de agenda. E funciona tranquilamente.
Deixando de lado a jornada e se focando no que o público quer ver, as cenas de ação não decepcionam, entregando sempre atos grandiosos, algumas vezes cômicas, outras sérias, mas sempre com o clima de aventura. O roubo do banco, o clímax do Tridente e qualquer uma das cenas de Salazar são empolgantes demais. Para quem busca um filme para assistir e relaxar, Piratas do Caribe 5 consegue isso, embora precise ter noção de acontecimentos anteriores (ora, a franquia sempre seguiu uma linha cronológica). Talvez possa cansar pelas suas duas horas de duração, mas existe um equilíbrio que permite que o filme continue "interessante".
O futuro da franquia ainda é incerto, assim como a realização desse filme foi. A Vingança de Salazar demonstrou uma espécie de retorno para as origens. Não me refiro especificamente ao estilo, mas sim a trama. É como se tudo já tivesse chegado ao fim e agora está "retrocedendo". A cena pós-créditos, que deixa certa empolgação para um novo capítulo ao mesmo tempo certo medo do que irão fazer, comprova isso.
Post a Comment