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Qual o futuro dos eventos de anime em 2018?

Qual será o futuro dos eventos em 2018?


Muito se tem especulado sobre o que vai ocorrer, já que por anos houveram mudanças, e nos últimos anos, nada mudou, apenas piorou ou diminuiu em eventos de anime e cultura pop/nerd. Mas, afinal, o que anda rolando pelos bastidores?

Pegando pelas beiradas, conversando com expositores, artistas, bandas, estandistas, pessoal de salas de clubes, etc, sempre temos elogios e reclamações dos eventos. Um ponto que peca muito é a COMUNICAÇÃO!

Parando pra analisar, sempre foi um ponto fraco de todas empresas de eventos de anime ou mesmo eventos nerds: demora para responder e-mails, ou mesmo, ignorando e-mails, como ponto inicial das reclamações. Seja imprensa tentando saber mais sobre evento ou tentando ver se resolvem a credencial para fazer matérias, seja lojista tentando resolver se vai mesmo colocar seus produtos à venda. Comunicação é importante, e falha demais, infelizmente.


Um ponto a ser lembrado são as atrações, que é o "miolo", é parte pequena, mas, normalmente mais chamativa: área cosplay, camarim para os cosplays, área de karaokê (uma das mais cheias, normalmente, e eventos que não tem, saem perdendo e MUITO), gincanas (público não gosta de ficar só parado vendo coisas, também gostam de interatividade, seja jogar videogame, responder perguntas pra ganhar prêmios), BRINDES (Sim, tendo brindes pro público exclusivos do evento de graça, se conquista o público mais facilmente), artistas dando autógrafos (sejam fanzineiros ou artistas internacionais, é sempre bom ter, com seus materiais à venda, mas, possibilitando autógrafos gratuitamente, senão, espanta o público), bandas ao vivo (sejam daqui ou internacionais, se agitam o público, é bom estar lá), lançamentos (porque, originalmente, um evento de anime no Japão, tem como intuito LANÇAR algo novo, seja um mangá ou animação, com exclusividade, diferente do Brasil, que é evento apenas por ser evento, que é um dos motivos do público se cansar rapidamente depois de algumas edições), etc.


Levando em consideração a parte de lojistas/estandistas, que é aonde o público supostamente gastaria dinheiro, temos algumas situações complicadas, relembrando que:

- antigamente os estandes vendiam bem porque vendiam coisas que não se encontravam fora dos eventos, então vendiam bem;
- hoje em dia, a cada meio metro que você anda no centro, tem as mesmas coisas que toda loja leva em estandes de eventos pra venda, muitas vezes até mais barato, então, povo mal leva dinheiro pra comprar coisas em eventos atualmente;
- antes o preço dos estandes era mais baixo,e  se vendia bem, era possível pagar o aluguel do espaço, já nos dias atuais, cobra-se um preço absurdo pelo espaço, sem certeza de haver retorno suficiente até pra pagar metade do aluguel de espaço, ou mesmo os próprios funcionários que estarão trabalhando nos dias de eventos;
- mesmo havendo patrocinadores, os eventos dependem também da venda de espaço (aluguel de estandes), para pagar os custos do local, de maquinário, mão de obra, e acabam dependendo mais do dinheiro dos estandes;
- a maioria dos estandistas está desistindo de participar de eventos de anime por não valer o gasto de tempo e dinheiro, e ultimamente, andam sendo quase que exclusivamente único meio de se pagar os custos de um evento, tendo em vista época de crise em que até grandes empresas estão economizando em divulgação ao máximo que podem.


Com estes detalhes, se um evento não encher de pessoas até o talo, suficientemente tendo galera comprando nos estandes, diminuem as lojas presentes, diminui também a qualidade por falta de verba de um evento, fazendo com que a maioria dos eventos acabe morrendo, se não tiver algum apoio de leis de incentivo, ou local gratuito, por exemplo. É triste, mas, é real: havendo menos "poder de compra", o povo gasta menos, estandes ganham menos e aparecem muito menos em eventos.

Não é à toa que eventos gratuitos andam sendo tão atrativos para estandistas e público: espaços mais baratos de venda, entrada free que ajuda o público a salvar um dinheirinho extra pra gastar dentro do evento, e mutias vezes, apoio de prefeitura ou de algum vereador em leis de incentivo para pagar equipamento de som e aluguel de local, facilitando a existência de eventos.

Via de regra, cosplay e karaokê são dois pontos muito fortes, independente de ser evento de pequeno, médio ou grande porte, logo, prêmios e troféus para ambos são sempre bem vindos, e se falta algum, uma boa parcela de público deixa de estar presente no evento para ir à Liberdade num karaokê com amigos, ou ficar jogando videogame em casa. Para atrair estes dois nichos, os organizadores precisam suar a camisa mais do que nunca, pois são dois hobbys que são, de certa forma, um tanto quanto caros. Um cosplayer pode variar entre 5 reais e 1 milhão de reais no gasto para montar um único cosplay, dependendo do material, da habilidade, se precisa pagar mão de obra ou se vai fazer na raça, etc. Um cantor de karaokê que participa de concursos geralmente gasta ou comprando CDs originais importados com a música, ou vasculhando a internet à procura da música que vai cantar, gasta horas treinando pra tentar se destacar no palco, e em alguns casos, chega a pagar uma quantia enorme de dinheiro para uma banda gravar em estúdio aquele instrumental que não tem karaokê oficial (uma única música, gravada em canais separados, por uma banda, acaba custando o tempo e mão de obra dos músicos MAIS a gravação, que sozinha, a gravação varia de 3 mil a 8 mil reais por música).


Em relação aos artistas presentes, se dividem geralmente entre:

- dubladores;
- desenhistas/roteiristas (nacionais e/ou internacionais);
- atores/atrizes (nacionais e/ou internacionais);
- bandas/músicos (nacionais e/ou internacionais);

No caso de artistas internacionais, há os gastos de viagem, estadia, cachê, transporte local, segurança, etc.
Em caso de artistas nacionais, ainda há questão de planejar bem horários, cachê, transporte, e uma logística bem intensa, para não haver atrasos, nem desconforto, seja para o público ou para o artista.

Dependendo do local escolhido, perto ou longe de metrô, área aberta ou fechada, o ar condicionado muitas vezes pode não funcionar decentemente, trazendo descontentamento de muitos (muitas vezes por aglomerado de pessoas, um dia frio e ar condicionado mais frio ainda, e as pessoas ainda morrerão de calor).

Quanto à gincanas, ter apenas um espaço dedicado às gincanas é um começo, mas, é sempre bom haver áreas com interatividade em vários cantos, porque, nem todos gostam de um mesmo tipo de gincana. Um palco interativo com  competições de um lado, algumas gincanas aleatórias nos outros espaços e palcos, é sempre bem vindo para que o público não se canse de estar ali, de pé ou sentado. Neste ponto, há um gasto necessário, pois, se o público pagou qualquer centavo pra entrar em um evento, ele espera voltar pra casa com alguma lembrancinha, por menor que seja. Pode ser um botom do evento, um card especial de colecionador, algum boneco de sorteio, etc.


Nos tempos atuais, em que a vida rola pela internet, ter WiFi para uso geral acaba sendo necessário, e é uma comodidade que se espera (e que se não há, não importa que seja uma CCXP da vida, público vai reclamar do evento por conta deste fator), então, logo, é uma oportunidade grande para qualquer operadora de telefonia, independente de ser pequeno ou grande o evento, ceder como "patrocínio" sinal aberto de wifi para o público entrar em suas redes sociais e lançar fotos e vídeos falando que está no evento, mesmo que tenha de ser colocada uma hashtag com o nome da empresa e nome do evento (exemplo: publicar foto com hashtag #TimNoUpABC ou #VivoNoAnimeFriends, por exemplo). Tá faltando as empresas de telefonia ficarem de olho, pois este público é maior até do que o que gosta de funk ou mesmo que assiste as novelas que eles gastam uma baita grana para botar suas marcas ali.

Uma sala de imprensa, seja só pra jornalistas descansarem, terem um bate papo, beberem uma água ou refrigerante (geralmente free), com wifi, de repente uma parede com os logos dos patrocinadores pra gravar entrevistas e vídeos rápidos, também traria mais "status" à organização de um evento.

Logicamente, há sempre a questão de guarda-volumes. Alguns eventos fazem gratuitamente, outros com preço simbólico. Mas, é sempre bom ter um, seja uma sala ou um depósito, para que as pessoas possam deixar suas coisas e andar mais tranquilamente pelo evento.


Um cuidado especial que se deve ter, principalmente em relação aos organizadores e apresentadores de palco é: JAMAIS dê recados durante apresentação de uma banda, PRINCIPALMENTE se a banda estiver tocando, ou se for momento que a voz estiver sendo usada. Este é um dos piores pecados que alguém pode fazer com uma banda ou cantor. Quando for pra dar um recado no palco, que seja no intervalo de uma atração para outra. em caso de ser algo urgente, é chamar o vocalista no canto e entregar um papel pra ele ler o recado, que é menos feio do que ele estar compenetrado em entrar, vai começar a cantar uma música difícil,e  do nada "atenção dona do carro azul com bolinhas amarelas de placa GXY-2709, favor retirar seu carro da frente do estacionamento". Eu, como vocalista, me sentiria OFENDIDO PROFUNDAMENTE se fizessem isso comigo. E vi isso acontecer VÁRIAS VEZES em alguns eventos. Se vai atrapalhar o bate papo de uma dubladora no palco falando em cima do bate papo com o público, ou se vai ficar berrando durante uma apresentação de uma banda, melhor não convidar eles. Ver um guitarrista desconfortável porque começou a tocar a música, do nada aquela voz berrando um recado ainda mais na hora que o vocal vai entrar pra não perder o ritmo da música, é chato, e a banda, mesmo contratada, pode processar o evento, e com justa causa, ainda mais se alguém tiver gravado em vídeo o momento (ou os momentos) que ocorrer isso.

Vale lembrar que, comida sempre tem o "preço de evento" e o "preço original", devido à preços altos de espaço para vender seus produtos também. Não é à toa que um pastel fica 10 reais, um kibe 12 reais, um yakissoba de 10 fica 40, e assim por diante. Talvez fosse interessante liberar o espaço com porcentagem de ganho baixa, em troca de preços baixos, para o público poder elogiar os preços, por exemplo.


Tentando resumir: é bom haver diminuição de preços, de forma que não saia perdendo nem dinheiro, nem público, e tentar manter um padrão de qualidade de atrações, estrutura, etc.

Em 2017, vimos o quanto decaiu de 2003 pra cá. Quem acompanha eventos desde a década de 90, em grande maioria, acha que os últimos bons eventos foram entre 2004/2006, e depois disso, tudo morreu, perdeu graça, etc. E não estão errados, pois antigamente, de um evento para outro, haviam grandes diferenças, sejam nos tipos de atrações, sejam nos tipos de produtos, etc.


E aí, será que 2018 vai mesmo começar já ditando se os eventos morrem de vez ou se ganham um novo gás para continuar? Será que os estandistas irão todos largar a ida aos eventos, e cada empresa correr atrás de outras formas de pagar os custos de um evento sem precisar aumentar seus preços?

Algumas empresas vi desistindo, outras vendendo suas marcas, algumas até tentando apostar na nostalgia dos que pararam de ir em eventos, e outras lutando e crescendo. Quais irão sobreviver? Quais irão perecer? Qual será o futuro desta área no nosso país?

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