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[Cinema] Meu vizinho Adolf

 Humor e ironia, em uma comédia dramática que chega aos streamings brasileiros.


Meu Vizinho Adolf! é uma tentativa ambiciosa de abordar um tema historicamente significativo: o êxodo de nazistas para a América do Sul após a Segunda Guerra Mundial. O filme, dirigido e roteirizado por Leon Prudovsky, segue a história de Mr. Polsky (David Hayman), um sobrevivente do Holocausto que começa a suspeitar que seu novo vizinho, Mr. Herzog (Udo Kier), seja ninguém menos que Adolf Hitler.

A premissa intrigante promete uma mistura de drama e comédia, mas infelizmente Prudovsky, um diretor inexperiente, não consegue equilibrar adequadamente os elementos narrativos. A transição entre os gêneros é inconsistente, resultando em momentos em que o tom cômico invade cenas dramáticas e vice-versa. Essa falta de coesão prejudica a imersão do espectador na história.

Apesar dessa falha, o filme encontra seu rumo nos últimos vinte minutos, quando o personagem de Mr. Herzog é desenvolvido de maneira mais profunda. É nesse ponto que o drama se sobressai sobre o humor questionável, e a trama passa a explorar questões relacionadas à memória. É aqui que Meu Vizinho Adolf! ganha vida e revela-se como uma reflexão sobre as consequências duradouras de traumas irreparáveis.

As performances memoráveis de Kier e Hayman também merecem destaque. Ambos atores conseguem extrair o máximo de seus personagens, apesar das limitações do roteiro. Kier, em particular, brilha ao retratar o enigmático Mr. Herzog, um personagem cheio de personalidade que só se revela completamente no desfecho da história.

No geral, Meu Vizinho Adolf! é um filme com boas intenções, mas que luta para encontrar seu tom adequado. Embora aborde um tema sério com uma leveza desafiadora, o filme só encontra sua força quando explora as questões de memória, perdão e recomeço após traumas inimagináveis. É uma pena que esses aspectos não sejam a ênfase durante toda a narrativa.

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