[Crítica] Besouro Azul
Quando Maria do Bairro e Chapolin fazem uma fusão com tokusatsus, nasce uma história de origem satisfatória! Uma mistura mágica do SBT dos anos 90 com super heróis japoneses se encontram, e viram a salada mista que é Besouro Azul!
História de Origem Intrigante
Quando o público já parecia cansado de histórias de origem cansativas, e vários reboots, surpreendentemente chega uma história de origem simples, mas, divertida e satisfatória, sem muita pressa. A chegada do Besouro Azul (um herói de segundo escalão da DC sem muita popularidade) traz um novo respiro aos filmes de super heróis aos cinemas, que precisavam de um respiro.
Aqui vemos uma família unida, uma grande corporação multimilionária, em um universo à parte, paralelo ao da DCU, em que Superman, Batman, e a Liga da Justiça coexistem, mas, apenas sendo mencionados.
Encontro de vários mundos
Uma coisa que poucos provavelmente notarão é que, logo as cenas iniciais de introdução do protagonista, temos Jaime chegando da faculdade no aeroporto pra rever sua família. Num breve momento, ele coloca sua beca, e pergunta à George R R Martin (criador de Game of Thrones) se ele ficou bem com o chapéu quadrado, enquanto o velho está mexendo no Tinder.
Há várias homenagens, menções e alfinetadas bem sutis, em cada elemento do filme. Vemos cenas parecidas com The Flash, só que com CGI bem feito (como uma alfinetada forte no diretor do corredor escarlate), alguns detalhes que lembram as poucas coisas que se salvavam no Homem de Ferro 3 (como um dos antagonistas ser uma mistura do Jebediah com o Whiplash), ou mesmo Spiderman do Tom Holland, em relação à roupa do Aranha de Ferro.
SBT e Televisa em Peso
Como Jaime Reyes é de família mexicana, (mas com um plot twist curioso em relação à esta subtrama familiar em certo ponto do filme), temos estereótipos de comportamentos das famílias mexicanas que imigraram para os Estados Unidos, seja em relação à união da família, seja nos exageros.
Dentre os detalhes, temos desde enfeites de Cheech & Chong no carro do tio rudy, como em momentos que algum membro da família assiste programas da Televisa como Maria do Bairro, e até mesmo nosso "cricket" favorito, o Polegar Vermelho! Parece uma grande propaganda da programação do SBT nos anos 90, deixando uma nostalgia enorme aos brasileiros que assistirem ao filme.
Não é o primeiro
Jaime se torna o Besouro Azul, mas, é mostrado que nesse universo, houveram outros dois anteriores à ele, assim como nos quadrinhos, e temos um vislumbre dos trajes antigos (para fãs de quadrinhos das antigas se deleitarem).
Em meio à muita confusão, e dificuldades em se adaptar, vemos uma mistura de dramalhão mexicano com comédia excessiva, durante seus momentos de autoconhecimento. Rudy, o tio exagerado, é uma espécie de "Emmet Brown mexicano", o que acaba sendo uma mão na roda para o herói (e para a história).
Coisas Vagas
Curiosamente, o filme consegue ter poucos furos de roteiro, que chegam a passar despercebidos pela maioria, pois alguns até se "auto-consertam" em certo ponto. As poucas mensagens "militantes" do filme, como a polêmica fala do trailer de "O Batman é fascista", por sorte, não estragam o filme, apesar de serem jogadas gratuitamente (maioria sem contexto com o filme, ou mesmo com a cena em que são ditas).
Alguns detalhes mais importantes, como o passado de Jenny Kord, e sobre quem é o brasileiro da família, o pai ou a mãe, não ficam claros. O que surpreende é ver que, diferente das novelas dos últimos anos, neste filme, vemos Bruna Marquezine voltar a atuar bem como quando ela era criança (e seu inglês está bem legal).
Os próprios vilões não são bem trabalhados (tendo o "sub-vilão" uma melhorada no terceiro ato, sendo quase inexistente nos dois primeiros).
Um Tokusatsu Mexicano
Como era de se esperar pelos trailers, o filme traz referências inclusive à tokusatsus, como Kamen Rider e B Fighter Kabuto, além de mostrar armas que lembram Megaman e até a espada de Cloud de Final Fantasy. O filme pode agradar bastante ao público de séries nipônicas, assim como aos fãs das séries da Televisa que passaram no SBT.
Até as poses de heróis japoneses são imitadas em certo ponto, sem contar o fato de aproveitarem que o uso de temas de insetos na maioria das séries de Kamen Rider foi utilizada aqui.
Veredicto
Um ótimo filme pipoca, não muito extraordinário, nem ruim como a maioria dos filmes de herói da última década. Dá para dar umas boas risadas, e se emocionar. Vale uma ida de tarde ao cinema pra aproveitar 2 horinhas de filme sem medo.
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