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GARGANTA PROFUNDA pra quem gosta de CULT-MOVIES!

Boca maldita
A história do maior cult-movie pornô de todos os tempos e de sua protagonista

Há os entendidos que dizem ser o Cidadão Kane, mas existem argumentos para se afirmar que na verdade Garganta Profunda é o filme mais influente que já foi feito. Ele mesmo, o cult-movie pornográfico lançado em 1972, mesmo ano de dois outros marcos do gênero, O Diabo na Carne de Miss Jones, a história de uma virgem suicida que não podia entrar nem no Céu nem, no Inferno, e Atrás da Porta Verde, definido como um pornô para mulheres (e muito apreciado pela gurizada GLS). Mas nenhuma outra produção do gênero alcançou o desempenho de Deep Throat, cujos méritos fizeram um produtor de Hollywood defini-lo de "Poderoso Chefão do cinema pornográfico". Com seus 63 minutos de duração, filmados em apenas seis dias, custo de menos de US$ 25 mil, financiados, especula-se, por uma família mafiosa de Nova Iorque, ele rendeu a fortuna estimada de 600 milhões de doletas. Garganta Profunda rompeu o circuito nanico das produções hardcore, lançou uma desconhecida Linda Lovelace (nascida Linda Boreman) ao estrelato, introduziu novas expressões no vocabulário dos americanos e do restante do mundo e é o exemplo mais inspirador para o prolífico mercado da pornografia filmada (ou, hoje em dia, gravada em vídeo) - uma indústria de números mutantes, que variam conforme a fonte pesquisada, mas que pode chegar a lançar em média 10 mil novos títulos todos os anos planeta a fora. Fala a verdade, você acha mesmo que o filme do Orson Welles chega perto disso tudo?

A pornografia, seja em que mídia for, sempre foi por definição um gênero dado a todo tipo de extremos. Quando o material é consumido pelas elites automaticamente ganha uma aura de refinamento e o status de grande arte. Na mão da ralé vira coisa de punheteiro e é chamada de putaria mesmo. No cinema a história não poderia ser muito diferente, isso desde que foi feito em Paris, lá por 1908, La Bonne Auberge, o primeiro filme a conter cenas de sexo explícito. O grande feito de Garganta Profunda foi o de conseguir chegar ao circuito comercial, sendo apreciado tanto por aqueles dois extremos sociais, a elite e a ralé, quanto pelo numeroso e lucrativo público intermediário. Claro que tudo isso não foi sem custos. Os produtores da fita, de uma tal Vanguard Films, precisaram encarar antes toda sorte de acusação de obscenidade e a figura do juiz Joel Tyler, de Nova Iorque - o mesmo que implicou com a Zap Comix, conforme comentamos aqui. Tal como aconteceu com o gibi underground de Crumb & cia., o tiro de Tyler saiu pela proverbial culatra, pois o filme foi liberado e ganhou muita publicidade gratuita com o caso. Ironia das ironias, um juiz conservador pode ser considerado um dos maiores divulgadores de dois grandes representantes da malaquice mundial.

Sendo assim, ao preço de um ingresso multidões puderam assistir livremente ao filme que contou com a assinatura de um certo Jerry Gerard no roteiro, edição e direção. Pode soar estranho às platéias de hoje, mas muito tempo atrás, em uma galáxia muito distante, filminho de sacanagem era acompanhado de alguma tentativa de esboço de roteiro. Garganta Profunda conta a história de uma garota que não conseguia tirar toda a satisfação que gostaria em suas relações, o que a leva a se consultar com um psiquiatra, o Dr. Young. O especialista rapidamente dá o diagnóstico: Linda Lovelace teria o clitóris deslocado do local convencional para as profundezas de sua garganta. Daí que, para tocar o badalo de seu sino, como dizem no filme, ela precisa praticar o boquete mais guloso da história das películas sexuais. As cenas dão a impressão que a atriz vai morrer sufocada, ou, no mínimo, jogar em cima do bom doutor todo o conteúdo de seu estômago... O roteiro inusitado conta até com, digamos, embasamento teórico, pois logo no início um cartaz tosco resume (bem resumidamente) as idéias de Sigmund Freud a respeito das diferentes fases pelas quais passamos ao longo de nossa vida sexual. O filme se proporia a representar, de modo humorístico, a maturidade de uma mulher em sua passagem pela fixação da fase oral para a plenitude da fase genital. Tudo muito cabeça.

Deixando a psicologia fake de lado, esse enredo amalucado e sua atuação impressionante fizeram de Linda uma das mulheres mais conhecidas da América dos anos 70, e arrancaram elogios apaixonados de figurões como Sammy Davis Jr. e Frank Sinatra (olha a máfia de novo aí, gente). Por incrível que pareça, até a Academia estendeu literalmente o tapete vermelho para ela, ao convidá-la para a entrega do Oscar em 1974. Só que esse primeiro ciclo de sucesso e fama passou logo, como atestam os desconhecidos Garganta Profunda II e Linda Lovelace Presidente. Em pleno ostracismo, nos anos 80, ela preparou sua vingança ao lançar uma autobiografia best-seller na qual afirmava que atuou no filme mais famosos de sua vida sob a mira do revólver do então marido e empresário Chuck Traynor. O cara não só a teria obrigado a ralar contra a vontade como ainda embolsado o cachê de irrisórios US$ 1.250. Essas denúncias nunca foram comprovadas. Traynor acabou se casando com uma segunda estrela pornô, Marilyn Chambers, e divulgou trabalhos antes da fama de sua ex-esposa: uma série de curtas-metragens onde ela contracenava até com um pobre pastor alemão.

Mesmo essas revelações não atrapalharam a nova carreira de Linda. De musa pornô, ela se tornou uma mal-humorada líder feminista e combatente anti-obscenidades. Casou-se novamente, teve dois filhos, deixou Nova Iorque para morar em Denver, começou a trabalhar nas igrejas locais, renegou o passado. Aliás, muito menos lembrado que ela, Harry Keems, o Dr. Young do filme, teve trajetória bem parecida: depois de atuar em 400 produções, também descobriu Jesus, se casou com uma evangélica e virou corretor imobiliário. Voltando a falar em ironias, Linda Lovelace retornou às manchetes em 2002. Exatamente quando Garganta Profunda comemorava o trigésimo aniversário, sua protagonista se envolveu com um acidente de carro fatal. Triste fim, aos 54 anos de idade, da intérprete de uma personagem que ficou conhecida mundialmente por um outro golpe de ironia explícita. Quando uma dupla de jornalistas resolveu apurar a sujeirada de Richard Nixon, justamente o presidente americano que nos anos 70 prometia acabar com toda a imoralidade e vulgaridade nos EUA, a principal fonte das informações ganhou o apelido de Garganta Profunda para preservar sua identidade, no mais célebre off do Jornalismo. Nos anos 90, a primeira temporada de Arquivo X fazia referência ao caso, com outro personagem que tinha o mesmo apelido. Agora existe uma esperança de toda essa história, a do filme e a de sua protagonista, ser recontada em uma nova produção, que teria no papel da mais famosa boca maldita do cinema ninguém menos que Angelina Jolie. Para ser melhor só se Paul Thomas Anderson, de Boogie Nights, topasse dirigir o filme.

Ano passado, pra falar a verdade, estava eu mudando de canal, lá pras 2 da madrugada, e no MULTISHOW, de repente, passava entrevsitas no SEXCETERA com o pessoal que estava refilmando GARGANTA PROFUNDA, e a mulher que era a garota principal no filme original hoje faz a participação especial como a "Secretária/Demônio" ou sei lá o quê, que no filme conversa com a nova garota que faz seu papel antigo! ^^"... Notei que realmente, muita gente até que não fazia parte do ramo pornográfico estava se sentindo honrado em trabalhar com alguém da versão original, que era um CULT-MOVIE PORNÔ...

Se eu encontrar, boto para downlaod aqui, tanto o antigo quanto o atual! ^^"

YATTA!

bye-Q!

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