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Whitewashing no Brasil e em Hollywood (parte 1)


Disney vai fazer um filme em Live Action (atores reais) sobre a lenda de Mulan (que teve a animação 'Mulan" como o penúltimo longa da época do "Renascimento da Disney", como ficou conhecido. Há boatos de que, na adaptação, provavelmente atores não chineses,e  sequer asiáticos, estariam representando o exército chinês,e  até mesmo os hunos.

Antes, a discussão era apenas "brancos e negros", mas, o Yellowface também sempre foi frequente, tendo como exemplo a série de Bruce Lee como principal, "Kung Fu", que na hora H, ele foi substituído por David Carradine, pelo simples fato de Bruce Lee ter olhos puxados demais, e ter sangue chinês. Bruce Lee lutou contra os estereótipos cômicos e menosprezadores que eram impostos no cinema e TV pelos norte-americanos contra chineses, japoneses e koreanos,  e sua luta não pode ter sido em vão.


Atores e atrizes de várias etnias sempre sofrem preconceitos por um ou outro motivo. Eu mesmo já sofri preconceitos por ter olhos puxados, por ser mestiço, etc. No Brasil (e em Hollywood), não seria diferente. Japonês, mesmo nos dias atuais, é dado como "quem fala travado e fala errado", e, pelo simples fato de serem mais disciplinados para estudar, povo brasileiros e sente tão inferior, que PRECISA a todo custo menosprezar, jogar japoneses como alívios cômicos, e sempre da forma mais pejorativa possível. Os negros lutaram por décadas, e estão ganhando seu espaço só agora, e nós, de sangue asiático no geral (japoneses, chineses, koreanos, mestiços), infelizmente, por nossa cultura de "ficar quieto e levar a vida adiante", demoramos demais a lutar pelos nossos direitos de igualdade.

A Rede Globo, com a mais atual novela racista e preconceituosa "Sol Nascente", conseguiu alimentar uma fúria nos descendentes "amarelos" do Brasil, que estava já crescendo aos poucos, mas, meio "adormecida", porque, para esta luta, o povo não estava tão unido (e talvez sem motivos muito aparentes). Já teve italiano usando durex nos olhos pra ser koreano, mas, mesmo com certa polêmica na época, deixaram passar. Agora, uma novela com nome de "Sol Nascente" (que já indica que está falando sobre POVO JAPONÊS, já que o Japão é a terra do Sol Nascente), aonde um jovem japonês da imigração, quando fica velho, fica com olhos menos puxados e vira italiano, foi a gota d'água: fiz um vídeo reclamando sobre, algumas pessoas me apoiaram, ouras criticaram, e, vi nascer o Coletivo ORIENTE-SE, de atores, atrizes, artistas nipo-brasileiros em geral, e simpatizantes, em prol da luta para que asiáticos sejam reconhecidos como artistas.


Japonês não é obrigado a falar travado, a ser alívio cômico, a ser pasteleiro em novela, etc. Somos humanos, somos artistas, somos pensantes. Não estamos pedindo esmola, estamos reivindicando nosso lugar de direito: o reconhecimento!

No caso da Globo, com Sol Nascente, inicialmente, colocariam Ken Kaneko no papel principal (merecidamente, após décadas fazendo trabalhos para a Globo com coadjuvante em vários trabalhos, sempre mostrando muito talento). De repente, ele é "japonês demais para fazer um imigrante japonês", e substituem por Luiz Melo (um bom ator, mas, não japonês, e sim italiano com traços indígenas de sangue). Daí, com a polêmica rolando solta, a equipe da própria Rede Globo vai soltando declarações cada vez mais racistas e contraditórias, dentre elas, que 'não encontraram nenhum ator japonês", e depois que houve reclamação sobre isso, com amostra de mais de 50 mil atores e atrizes japoneses BONS, mudou-se a desculpa para "não haviam atores japoneses no primeiro escalão do elenco da Globo", e quando uma das maiores autoridades, o Bunkyo, resolveu oferecer, gratuitamente, assessoria para não haver erros sobre a cultura japonesa no roteiro, a equipe da Globo responde publicamente "a novela não é sobre o Japão".


Não à toa, nos primeiros episódios da novela, já houve mais polêmica, como usar Hashis no cabelo (Hashi é pra comer; no cabelo, é OUTRO item. Mas, eles não aceitaram a ajuda do Bunkyo para reconhecer o que é certo e errado), italianos atuando como italianos e como japoneses, ao invés de haver italianos e japoneses contracenando juntos. Apenas poucos japoneses fizeram papéis de coadjuvantes, como de costume, com aquele ar de "nós estamos fazendo MUITO em deixar vocês aparecerem em nossas produções, fiquem felizes com isso". Era quase como Mighty Number 9, aonde a expectativa era enorme, e no lançamento, povo odiou, mesmo não sendo "ruim", por não chegar nem perto das expectativas, e seu produtor dizendo "melhor isso do que nada".

Por melhor que seja um ator, isso não muda o fato dele estar compactuando com um crime. É bem mais fácil um italiano e um português trocarem de lguar, pois as diferenças são mais na linguagem do que em aparência, do que um negro e um japonês serem trocados por italianos. Blackface é crime de racismo, Yellowface também é!


Quando o caso é "Universo Marvel", como existe um "Multiverso", em que um mesmo personagem tem trocentas versões diferentes, inclusive um personagem loiro num universo, é negro em outro, ruivo em outro, etc, aí, até tem certa questão de ser plausível usar "um universo específico" para uma 'desculpa", pois já haviam mesmo, e não houve mudança no mesmo universo, como fazem o Blakface e Yellowface. Nick Fury, no primeiro universo, era branco e de cabelos grisalhos, mas, no universo Ultimate, ele é negro e careca (e o universo cinematográfico escolhido fora justamente o Ultimate, logo, neste caso, Samuel L Jackson como Nick Fury, combinou). Caso estivessem fazendo os filmes no universo inicial, David Hasselhoff seria o mais indicado (ele fez Nick Fury na década de 90). Agora, pegar uma história baseada numa lenda, que é algo histórico,e  modificar a bel prazer, não apenas fica estranho, como também pode afetar até mesmo aos mais leigos.

Vamos à um exemplo curioso: "Os três mosqueteiros". Originalmente, eram 3 mosqueteiros e o Dartagnan, que é um aprendiz de mosqueteiro que perdeu a carta de recomendação. Houve um filme em que, além de os 3 mosqueteiros (que eram 4, contando o aprendiz Dartagnan), virarem 5, ainda encaixaram elementos que erram na época, de forma feia e nítida: zeppelin (mil anos antes de sua criação), armas de fogos (com alguns centenários anos de diferença), dentre várias outras discrepâncias. Para algo 'de época", e que era bem estruturado de uma forma que mostrasse como as coisas eram na época, foi esquisito colocarem a belíssima e talentosa atriz como principal, numa história aonde a personagem não existia, e foi criada somente para aquela versão.

Algumas questões que a galera está indagando na internet:

"Personagem é índio? contratem um loiro,q eu dá na mesma.
Constantine é loiro? Chama o libanês branquelo que parece japonês de cabelo preto, que serve.
Pablo Escobar? Ah, pode ser brasileiro.
James Bond é um britânico branco? Ah, coloquemos ele negro, só "pela cota".
Vilão mais alto dos X-Men? Vamos contratar um anão para fazer ele.
Flash é ruivo? Chama um magrelo de cabelo preto que ninguém conehce, que dá na mesma.
Rei do Crime é o mais branco de todos? Bota um negro, que é igual.
Pai japonês da novela? Bota logo um italiano, que é do primeiro escalão mesmo.
Personagem é negro? Bota um chinês de cara com graxa, que dá na mesma."

(representações indagadas por várias pessoas na internet, em relação às trocas de etnia de personagens, na maioria das vezes sem motivo aparente, não expressam a nossa opinião, mas, estamos de acordo com grande parte, como sendo o que acontece mesmo por trás das câmeras).


Logo logo, vão colocar um indiano pra interpretar um russo em alguma novela,e  achar que dá na mesma.

No caso do filme de Mulan, se alguém assistir à série 'Marco Polo", verão muitos asiáticos, bons na atuação, que poderiam servir no filme da Mulan. Mas,como muitos apontaram: "Ninguém melhor que os asiáticos para representar fielmente a cultura oriental nas telas". Dado exemplo, Samurai X (Rurouni Kenshin), que nos filmes, representou fielmente a idéia que os personagens passariam.

Não importa a sua etnia, cor, sexo, olho, cabelo. Se você se esforça, se tem talento, MERECE ser reconhecido. E a nossa luta é por estes direitos à todos! Separar "qualidade" por etnias é incoerente. O estilo de atuação de um país pro outro pode ser diferente, mas, não faz com que um grupo de pessoas desmereça, ao estar em outro país. Atores e atrizes nipônicos nascidos no Brasil tem sim talento, então, fiquem de olho, e prestigiem peças de teatro, filmes no cinema, seriados na Tv e webséries, e até bandas de descendentes asiáticos nascidos no Brasil. Garanto que muita coisa irá lhe agradar.

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