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Decepção real

(publicado originalmente em Reg Thorpe - Fornit Some Fornus)

Há algumas semanas, em um desses dias em que a gente resolve dar uma de louco, fiz a desconcertante compra de quatro livros de Stephen King de uma só vez. Terminei de ler o primeiro alguns dias atrás e, pela primeira vez na vida, não gostei de um texto do cara.
Já havia visto Os Olhos do Dragão em sites e livrarias, mas apesar do autor de O Iluminado e Carrie, A Estranha ser um dos meus escritores favoritos - ao lado de Gaiman - o título do livro nunca havia me despertado a curiosidade de lê-lo, assim como não estou muito ansioso para ler A Zona Morta.

Ao pesquisar na net, descobre-se que aparentemente King escreveu Os Olhos do Dragão para a sua filha, que não tinha muito interesse pelos livros de terror do pai. Talvez daí venha a relativa inocência na história (embora tenha um pouco de sexo, quase nada).
Ao ler a sinopse na contracapa da edição de bolso, tive a impressão de que seria algo parecido com O Senhor dos Anéis, só que em escala menor. Ambiente no estilo Idade Média, feiticeiros, batalhas com espadas, etc, etc, etc. De fato a história se passa em um cenário composto de um reino, dragões, magos e outros elementos presentes na maioria das produções do gênero Espada & Magia. Contudo, o carro-chefe de Os Olhos do Dragão é a busca pelo poder e não muito mais do que apenas isso.
A trama acontece no fictício reino de Delain. O Rei Roland não é exatamente um monarca dos melhores, mas também não comete grandes erros. Por outro lado, sua esposa e rainha Sasha tem do povo de Delain uma quase adoração. O contraponto a essa relação de Sasha com o povo é o ódio que Flagg, o feiticeiro do reino nutre pela rainha, já que ela o impede de exercer totalmente sua influência sobre o rei. Ao dar a luz a Thomas, seu segundo filho, Sasha perde a vida misteriosamente.
Teoricamente, isso deixaria o caminho livre para Flagg voltar a dominar o rei. Entretanto, Peter, o filho mais velho de Roland e Sasha, parece ter um futuro mais brilhante do que o pai e passa a ameaçar a supremacia do mago. Depois de assassinar Roland, Flagg faz com que a culpa pareça ser de Peter, e o jovem herdeiro da coroa é enviado a uma torre para cumprir prisão perpétua.
Basicamente, a partir daí o livro se resume ao plano de fuga de Peter (que seria uma espécie de Andy Dufresne, de Um Sonho de Liberdade, versão Idade Média) e à tentativa de seus amigos de ajudá-lo, assim como desmascarar o verdadeiro culpado, Flagg.
Minha opinião referente a esse livro não é apenas um tipo de decepção por se tratar de uma obra de King. Fosse qual fosse o autor, mesmo um desconhecido para mim, teria achado fraco do mesmo jeito. Além de ser um pouco previsível, a história não tem grandes reviravoltas e a linguagem chega a ser um pouco cansativa. Até o momento, é o texto mais fraco de King entre os que eu li, incluindo os contos.
Não recomendo, mas cada um é cada um, não?

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