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Sessão Nostalgia Virtual - Skies Of Arcadia (DreamCast)

            Hoje, continuando a ver os primeiros episódios de One Piece, pois comecei a ver a série ontem e ainda estou no episódio de número 5, dividindo meu tempo entre Naruto Shippuuden e Bleach, me deparei com um sentimento de nostalgia virtual. Minha série sobre alguns jogos da minha infância irá se chamar assim mesmo: Nostalgia Virtual, pois não serão apenas jogos de cartucho e assim não poderei dividir o mesmo espaço do Dan (Assoprando O Cartucho) e confesso também que, os mesmos, nunca me seduziram muito.

            Voltando ao assunto, One Piece me lembrou muito um grande jogo para DreamCast, tão grande que um dos meus melhores amigos, Júlio Lucchesi até chegou a fazer um quadro de vidro com o mapa do tão grandioso mundo de Arcadia.

Lembro que quando me formei na 8ª série, pedi de presente pra minha mãe um DreamCast, um ótimo vídeo game na época, mas não sabia que a SEGA já tinha batido as botas e não criaria, nem mais consoles e nem muito jogos  para o mesmo, que já estava perdendo fôlego para Playstation 2 e Game Cube.

            Por algum motivo obscuro, desconhecido por mim, os jogos de RPG não eram o forte do meu primeiro vídeo game comprado na vida – já tive Atari e Megadrive, mas eram heranças dos meus primos. E pra quem começava a aprender inglês com jogos do tipo Final Fantasy 7, 8, Tactics, quando os jogava nos emuladores e a cada sentença lida as copiava pro programa tradutor Power Translator, para entender melhor o jogo, sim, os RPGs tornaram-se os meus preferidos.

            Claro que surgiram alguns RPGs pro DreamCast, mas quase nenhum deles foi digno de garantir um espaço na nossa memória, uma vez que até os jogos de pescaria eram mais empolgantes, talvez porque os grandes títulos estivessem nas mãos de desenvolvedoras como Square e Enix da época, que passavam bem longe da SEGA.

            Felizmente o grupo Overworks, no final de 2000 deu sobrevida ao gênero dos RPGs e assim pudemos usufruir mais um pouco o nosso DC.

Navegando pelos mares dos céus

            Como em qualquer RPG, Skies Of Arcadia tinha um ótimo enredo. Há centenas de anos, as seis luas que rodeavam o planeta devastou Arcadia ao lançar as místicas Pedras Lunares sobre a terra. Devido aos seus poderes gravitacionais, estas Pedras Lunares criaram grandes ilhas que flutuavam pelos céus, dando origem ao novo mundo de Arcadia e algo que denominaram como o mar dos céus. A humanidade aprendeu a explorar os poderes das Pedras Lunares, mas ninguém conseguiu usufruir de todo o seu potencial como os Velhos Anciãos. Foram estes Anciãos que deram vida aos seis poderosos Gigas, monstros enormes e invulneráveis que eram controlados pelas pedras mais poderosas.

            Em Skies Of Arcadia você assume o papel de Vyse, um jovem pirata dos céus do clã dos Blue Rogues e que em breve se envolve numa corrida em busca destas Pedras Lunares. Sua melhor amiga é a bela Aika, que o acompanha durante toda a aventura, assim como inúmeros personagens se unirão ao decorrer do jogo e juntos irão combater vários inimigos que também planejarão controlar os tais Gigas. 

Em SoA exploramos Arcadia assim (divulgação)
            No começo do jogo você vai ter uma noção do quão grande é o mundo de Arcadia. Bom, pelo menos você vai achar que tem. A imensidão dos mundos é o que mais fascina no jogo; como, por exemplo, você notará ao explorar alguma dungeon e perceberá que seu personagem é muito menor do que o ambiente que o cerca. A cada dungeon que se explora, percebe-se que ficam maiores e com quebra-cabeças mais difíceis. Como é dito no decorrer do jogo, Arcadia é composta de inúmeras ilhas flutuantes no céu, algumas do tamanho de um avião e outras que demorariam semanas para serem exploradas viajando com um. Explorando continente por continente a sensação é parecida como a que sentíamos quando éramos pequenos e íamos a uma loja de brinquedos. Tanto para ser explorado, tantas descobertas (e cada uma lhe dá itens e dinheiro), tantos mundos diferentes, cada um com sua própria cultura, enfim uma experiência e tanto.

            Embora existissem alguns bugs gráficos, como o congelamento da imagem ou o aumento repentino do som da trilha de abertura, foi um dos melhores títulos que pude jogar para DreamCast. A qualidade das texturas desde superfícies rochosas até as placas de madeira dos navios eram realmente incríveis. Se comparado ao realismo de Shenmue (outro clássico que pretendo falar sobre em breve), enquanto este se preocupa demais com gráficos realistas, Skies Of Arcadia preocupa-se com gráficos mais cartunescos, lembrando até personagens de animês.

Batalhas navais aéreas épicas

            O sistema de batalha em SoA, levando em conta o visual, chega a ser bem simples. São combates baseados em turnos, onde o jogador não tem controle sobre o posicionamento do personagem. As lutas possuem duas características: a primeira é a barra de Spirit, localizada no topo da tela. A barra simboliza o total deste elemento entre todo o grupo. Quando se usa a habilidade Focusing (impedindo qualquer outro tipo de ação durante o turno), aumenta-se a barra de Spirit.

Vyse se prepara para a batalha (divulgação)
A segunda é que cada personagem pode mudar o elemento de sua arma durante a batalha. O que é essencial por dois motivos: possibilita atingir um dano maior em oponentes que sejam fracos ao elemento utilizado e também possibilita o aprendizado de novas spells. Se usarmos um único elemento por um certo tempo vamos aumentar a experiência de magia para aprendermos novas spells do elemento utilizado.

Outro detalhe raro é que podemos trocar de armas no decorrer de uma batalha, o que para muito jogadores é muito bom. Outro deleite para os fãs são as seqüências das batalhas navais que se misturam nas dos personagens, porém não temos o controle total dos navios.

Uma pequena batalha naval aérea (divulgação)
Alguns “foras”

            Apesar de ser um jogo muito bom, Skies Of Arcadia não é imune a alguns “foras”. Um dos problemas que podem causar um leve cansaço durante a jogabilidade, o que encontramos em inúmeros RPGs, são as lutas randômicas. Muito boas por sinal quando você está em menor número e aparece uma dúzia de monstros e você não tem uma spell que atinja todos de uma vez, o que te leva a enfrentar batalhas demoradas.

            A trilha sonora é ótima, porém os diálogos atêm-se a textos e a gemidos como “hey” ou gargalhadas. Já durante as batalhas cada personagem tem seu diálogo de guerra como “Back Off! Alpha Storm” da Aika ou “C’mon, dance for me” do Gilder, o que pode tornar-se um pouco irritante durante longas horas de jogo. 

Gilder e seu ataque gunslinger: "C'mon, dance for me" (divulgação)
            Um ponto muito bom que vale lembrar é compatibilidade do VMU (Virtual Memory Unit, uma espécie de Memory Card), onde você pode jogar com Cupil, um bichinho simpático do jogo, como uma espécie de Tamagochi e todos os itens que você ganhar podem ser transferidos direto para o console.   

            Apesar dos nomes dos bosses serem extremamente criativos como, por exemplo, Antonio, Gorda, Ramirez, Sinistra e Destra, Skies Of Arcadia é um super clássico e deu muita alegria para os que possuíam um DreamCast e surpreendeu muita gente que já havia desistido que uma boa trama do gênero fosse dar as caras no console.
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            Neste exato minuto vi um vídeo no Youtube aonde um funcionário da SEGA cogita a possibilidade de lançarem uma versão HD de Skies Of Arcadia e Shenmue para a PSN e XBLA. Vamor torcer!


Um comentário

Yatta disse...

Se realmente lançarem o que este funcionário disse, sim, vai ser um estouro!!!

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