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O Som Vibrante da Vingança

(publicado originalmente em Reg Thorpe - Fornit Some Fornus)


Se tem um algo que realmente me faz ter a maior vontade de trabalhar com cinema, esse algo é a franquia Kill Bill, de Quentin Tarantino.
Pra começar, se você está disposto a ver algo dirigido por Tarantino, saiba primeiro que não deve levar os filmes dele muito a sério. Não espere ver uma obra prima tensa, como A Lista de Schindler, por exemplo. O cara parece fazer filmes como brincadeira, usando as características mais marcantes de tudo relacionado a cultura pop que gostava quando era criança. Se levarmos em consideração os seus trabalhos mais recentes, notamos referências aos filmes de faroeste de Sergio Leone, tanto pela trilha sonora quanto pelos vários duelos que ocorrem. Outra coisa que marca os filmes de Tarantino são os diálogos legais, que nem sempre adicionam coisas importantes à história, mas que sempre estão no lugar certo.
Kill Bill - Volume 1 foi o seu quarto filme. O primeiro foi o ótimo Cães de Aluguel, seguido pelo  perfeito Pulp Fiction. Depois, veio Jackie Brown, mas esse eu não vi.
Kill Bill - Volume 1 tem todos os elementos reconhecíveis dos filmes do sujeito. Desde a trilha sonora, que parte saiu da obra de Ennio Morricone em faroestes, passando pelos diálogos memoráveis ("Charlie Brown, saia daqui!") e flashbacks, chegando à perfeita imprevisibilidade no roteiro e ausência TOTAL de clichês reconhecíveis.
Qual outro diretor traria um combate de espadas entre Uma Thurman e Lucy Liu? Aliás, foi o primeiro filme em que eu achei a Uma Thurman bonita e totalmente sexy, mas isso é outra história. E Lucy Liu está muito melhor como a "poderosa chefona" japonesa do que como aquela "pantera" insossa.
Lembra que eu havia dito sobre levar os filmes do Tarantino a sério? Então... a regra se aplica também a Kill Bill. Aquelas cenas de luta meio exageradas presentes nos filmes do Jet Li estão presentes aqui também. A diferença é que aqui essas coisas conseguem te descer pela garganta porque... porque... bom, principalmente porque é a Uma Thurman, e a Uma Thurman PODE!!!
A história segue aquela linha conhecida: a vítima que busca vingança e redenção. A mercenária conhecida inicialmente apenas como "A Noiva" passou quatro anos em coma devido a um atentado feito pelos seus ex-colegas de trabalho e, ao despertar, decide acertar as contas.
Muitas são as cenas antológicas. A luta entre a Noiva e Vernita Green logo no início é uma delas, assim como a batalha de espadas entre a Noiva e os 88 Loucos de O-Ren Ishii (com Thurman usando aquele macacão amarelo que a deixou muuuuito gos... hããã... bonita) também é bem conhecida.
Não é todo mundo que gosta de ver esse tipo de cena "mentirosa" de luta. Eu mesmo, odeio filmes com o Vin Diesel, Jason Statham, Jet Li. Mas, como eu disse antes: se você vai ver um filme do Tarantino, não espere por Amelie Poulain, Beleza Americana ou algo do tipo. Vá "desarmado" e certamente você vai se divertir pra caramba.
 
Kill Bill - trailer

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