[CRÍTICA] O Doutrinador - anti-herói brasileiro nos cinemas
A história de O Doutrinador chega nas telonas num período conturbado da política brasileira. Enquanto na vida real o povo cada vez mais se revolta contra seus políticos, no cinema alguém planeja um ato de vingança contra cada um dos corruptos que estão no poder.
Fruto dos quadrinhos de Luciano Cunha, pode-se considerar O Doutrinador como a primeira grande obra brasileira de super-herói baseado numa HQ. É uma história de vingança e justiça. Em partes, não dá para não assemelhar ao Justiceiro, da Marvel.
A trama acompanha Miguel (Kiko Pissolato), um agente federal da Divisão Armada Especial (DAE). Após perder sua filha na fila do hospital, vítima de uma bala perdida em plena Copa do Mundo, ele se revolta contra os políticos no poder. Durante uma confusão num protesto contra um dos políticos, ele veste uma máscara de gás e parte para o ataque. Inicia ali os indícios do que viria a ser conhecido como O Doutrinador.
A direção de Gustavo Bonafé é pura adrenalina. Na falta de comparação, os momentos de ação são uns dos melhores do cinema brasileiro atual. Cenas com muita violência carregadas por um sentimento de vingança. O que se vê na tela é a voz radical do povo. É o que muitos pensam em fazer, mas não fazem. Longe de mim querer incentivar tais atos, afinal, violência gera violência.
O roteirista principal do longa é Gabriel Wainer. Luciano também ajudou na preparação, assim como outros. Em relação ao roteiro, o filme segue uma proposta bem simples e para por aí. Sem escolher lados políticos, o que é ótimo, somos apresentados a uma história de vingança. É isso. O que se segue são cenas frenéticas em prol de um entretenimento que não está preocupado em apenas fazer refletir, mas também saciar uma vontade social ou pelo menos visual. E realiza muito bem a proposta.
Ao longo do filme, outros personagens vão aparecendo, como Nina (Tainá Medina), uma hacker que trabalha numa loja de quadrinhos e se vê envolvida na história após ser capturada e interrogada por Miguel enquanto ele exerce seu papel de policial. Juntos, eles passam a planejar ataques contra o núcleo de políticos corruptos do qual o Doutrinador quer eliminar.
Sem deixar a desejar para Hollywood, O Doutrinador é o filme que o cinema brasileiro estava precisando. Revolucionário no gênero dentro do nosso contexto. O filme já conta com uma série de TV confirmada para 2019, além de servir como uma introdução para o futuro Universo Guará, o nosso universo compartilhado de super-heróis. Igual a Marvel e a DC andam fazendo. Ao fim, só o que resta é esperar para que dê tudo certo e que desenvolvam todo esse potencial.
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