O Homem do Futuro

(publicado originalmente em Reg Thorpe - Fornit Some Fornus)

Meu relacionamento com filmes nacionais não é a coisa mais profunda que existe. Entenda bem, não tenho nenhum tipo de preconceito e nem nada do tipo, mas a verdade é que excetuando-se Central do Brasil, Cidade de Deus, O Auto da Compadecida e os dois Tropa de Elite, não tem muita produção nacional de qualidade por aí.

Por tudo isso, não esperava grande coisa de O Homem do Futuro (2011), com Wagner Moura e a gracinha-mas-atriz-meia-boca Alinne Moraes (precisava mesmo de dois n's no nome dela?). Mas até que fui surpreendido (!!!).

A fábula do protagonista que volta ao passado e tem a chance de corrigir algumas coisas que não estão muito certas na sua vida presente não é nova. Não precisa puxar muito pela memória para lembrar do sessãodatardístico De Volta Para o Futuro (ótimo e clássico) ou de Efeito Borboleta (ruim de doer). Há outros, mas nenhum deles me vem à mente enquanto escrevo essas linhas.

O maior acerto de O Homem do Futuro é justamente não ter a pretensão de ser um filme levado a sério. E não digo isso para desmerecer o filme, mas sim para elogiá-lo. Depois de ver Wagner Moura no papel meio sombrio de Tropa de Elite 2 (merece o Oscar, né não?), é interessante vê-lo em um papel leve que não exige muito de qualquer ator.

O roteiro não foge muito dos filmes que citei acima. Ao fazer um teste em uma máquina que deveria gerar uma nova forma de energia, um estereotipado cientista maluco volta ao passado, mais precisamente no dia de seu baile de formatura, que definiu seu rumo nos anos que se seguiriam. Aliás, difícil não lembrar de Carrie, A Estranha ao ver a cena de bullying (detesto essa palavra, é tão modernona) na qual o jovem protagonista tem o papel de vítima.

Apesar do que eu disse acima sobre minha experiência com filmes nacionais, achei O Homem do Futuro um bom filme. Não vai entrar para nenhuma lista de melhores de todos os tempos, mas dá pra passar uma agradável tarde assistindo numa boa.