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Manual de Loucura

(publicado originalmente em Reg Thorpe - Fornit Some Fornus)


A década de 1980 foi uma das mais significantes para as HQ's de heróis. Títulos como Watchmen, Batman - Ano Um e Camelot 3000 geralmente figuram nas listas de melhores publicações do gênero de todos os tempos. Foi a época da invasão dos artistas e roteiristas britânicos nos quadrinhos americanos, assim como houve a invasão das bandas britânicas no cenário do rock nos anos sessenta.
Em 1988, depois da reformulação que a DC Comics fez em seus personagens, um desses roteiristas britânicos escreveu aquela que seria considerada uma das melhores histórias em quadrinhos de todos os tempos: Batman - A Piada Mortal. 
Produzida por Alan Moore (roteiro) e Brian Bolland (arte), A Piada Mortal traz a história definitiva entre o "relacionamento" entre Batman e Coringa, além de revelar a origem do vilão.
Tudo começa com a fuga do Coringa do Asilo Arkham e a tentativa da polícia e de Batman de recapturá-lo. Fica claro no início que uma das maiores frustrações do herói é a falta de informações (identidade verdadeira, parentes conhecidos) a respeito do criminoso. Ao mesmo tempo, vemos flashbacks sobre a possível vida do Coringa como era antes que ele se tornasse um assassino psicopata. As duas histórias são mostradas paralelamente ao longo da narrativa e finalmente descobrimos o que motivou o vilão a fazer o que faz. E ele usa esse fato do seu passado para tentar provar que tudo o que é necessário para enlouquecer a mais sã das pessoas é viver um dia verdadeiramente ruim.
Descobrimos também que o Coringa é um cara realmente perverso.
Psicótico.
Assustador.
O resumo que eu fiz acima é bem superficial. A história tem várias coisas a serem observadas. Esse negócio de "bastar um dia verdadeiramente ruim para enlouquecer uma pessoa" talvez seja mais verdadeiro do que possamos imaginar. Do mesmo jeito que uma tragédia pode motivar uma pessoa a fazer o bem (como é o caso do Batman), também pode levar uma pessoa a querer arrebentar com tudo, sem se preocupar com dinheiro ou qualquer outra coisa mundana.
Para se ter uma idéia de A Piada Mortal é respeitada, ela foi usada de inspiração para a personalidade do Coringa do filme Batman - O Cavaleiro das Trevas. Esse negócio de "não é pelo dinheiro, só quero provar uma teoria", usado pelo vilão durante o filme vem exatamente dessa obra.
Aqui no Brasil, A Piada Mortal foi publicada quatro vezes. Em 1989 e em 1999 pela Abril, em 2002, em uma versão "de bolso" e em preto e branco pela editora Opera Graphica e em 2009, em uma bela edição baseada na americana, pela Panini. As duas últimas ainda são encontradas em livrarias ($25 e $20, respectivamente)... se alguém estiver interessado.
O roteiro é f¨¨%*&, a arte é f$#$% (sobretudo a da edição da Panini, totalmente recolorida).



Vale a pena ler.

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